1. Que testemunho pode dar sobre os últimos 10 anos do sector da Água? O que de mais importante aconteceu na sua perspetiva?
Na última década no setor da água assistiu-se a uma melhoria significativa do controle e qualidade da água para o consumo humano, assim como à criação de infraestruturas que permitem abastecer, com qualidade, uma larga maioria da população, tendo contribuído para tal, quer a existência de planos estruturais com metas ambiciosas, como o PENSAAR II, quer a intervenção da ERSAR junto das entidades gestoras, no sentido de as aproximar e envolver neste setor.
Para o efeito, a ERSAR viu os seus poderes regulatórios reforçados e assume hoje uma maior relevância no setor, o que lhe trás, no entanto, novos e maiores desafios.
Temos assistido a um grande investimento na infraestrutura e modernização do setor, com especial impacto na gestão dos serviços em alta, onde se procurou introduzir um modelo de gestão empresarial, focado na eficiência de gestão dos custos e do serviço, e com a redução das perdas de água.
Paralelamente, com o apoio da DECO, verifica-se, hoje, a existência de um maior interesse, consciencialização e intervenção por parte dos consumidores e das associações que os representam, nomeadamente, com maior informação e intervenção no âmbito da regulação económica, das perdas de água nas redes públicas, assumindo hoje a DECO representação institucional dos consumidores em diversos fóruns.
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2. O que gostaria de ver concretizado na próxima década no sector?
A próxima década apresenta grandes desafios para o setor, nomeadamente:
Paulo Fonseca é Coordenador do Departamento de Estudos e Apoio ao Consumidor da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO)