O que fazer às torres eólicas em fim de vida?
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O que fazer às torres eólicas em fim de vida?

O País pode estar a braços com mais de 53 mil toneladas de resíduos, provenientes do sector eólico, dentro de alguns anos. Em causa estão as torres eólicas que estão já instaladas -1784, de acordo com a informação mais recente da Direcção-Geral da Energia e Geologia (DGEG), com uma média de 30 toneladas cada, apontam os especialistas - e que, entretanto, deverão aumentar tendo em conta a aposta do Governo neste segmento de energia.

É que, se por um lado, o material utilizado nas torres tem um grande potencial de reciclagem, por outro, não há qualquer garantia de que os promotores sigam esse caminho ou que, daqui a 20 ou 25 anos, essa possibilidade apresente viabilidade económica. Isto porque não existe qualquer ressalva contratual neste sentido, apurou o jornal Água&Ambiente junto de alguns dos promotores (EDP Renováveis, Generg, Endesa Portugal e Eólicas de Portugal).

Nos contratos é apenas aludido ao desmantelamento dos parques eólicos, que o promotor tem de efectuar no final do contrato. A Direcção-Geral da Energia e Geologia não prestou qualquer informação sobre este assunto em tempo útil, mas Luís Mira Amaral, consultor e antigo ministro do Trabalho e da Indústria, considera que «isto só mostra a ligeireza e o facilitismo com que foram feitos os contratos».

A problemática prende-se sobretudo com a idade média dos equipamentos, que são ainda muito novos. Os parques eólicos começaram a surgir na década de 80, mesmo em Portugal, mas o grande boom verificou-se no País a partir de 2004. «Ninguém sabe muito bem qual vai ser a duração e a resistência dos aerogeradores, mesmo a nível internacional. Mas outro aspecto que vai influenciar esta questão é a dinâmica tecnológica, ou seja, se houver uma acentuada melhoria da fiabilidade e capacidade dos equipamentos o apelo para uma substituição, mesmo antes do seu tempo de vida útil, seria um facto a ponderar», explica Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal.

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