
Campolide aposta na compostagem coletiva - recolha seletiva em análise no 12.º Fórum de Resíduos
A recolha selectiva de resíduos orgânicos, que deverá tornar-se obrigatória até 2023, no âmbito da nova directiva em discussão, é um dos grandes temas do 12º Fórum Nacional de Resíduos, que decorre a 18 e 19 de abril, em Lisboa. Apesar da recolha selectiva de biorresíduos nunca ter sido contemplada nos planos estratégicos de resíduos urbanos em Portugal, já há entidades que estão a lançar-se em projetos comunitários. É o caso da Junta de Freguesia de Campolide, Lisboa, que está a implementar um projeto de compostagem coletiva denominado “Cê ao Cubo”.
O projeto abrange duas zonas distintas de Campolide: o condomínio Nova Campolide e o Bairro do Tarujo. Em declarações ao Água&Ambiente na Hora, o presidente da Junta de Freguesia, André Couto, explica que o projeto tem como objetivo o tratamento de resíduos verdes e resíduos orgânicos domésticos.
A compostagem dos resíduos verdes, que resulta do trabalho diário nos espaços verdes da freguesia, já foi iniciada em dezembro. A compostagem dos resíduos orgânicos deverá começar entre abril e maio. “Aos resíduos domésticos irão juntar-se os resíduos provenientes da Escola Mestre Querubim Lapa.
O projeto irá abranger uma escola, um condomínio com nove edifícios e o bairro onde se situa o centro de compostagem”, avança o autarca acrescentando que nesta fase inicial deverão ser abrangidas 300 famílias.
“O planeamento inicial que temos estruturado vai permitir-nos testar o sistema de recolha, o seu funcionamento e os níveis de adesão. Isto possibilita-nos fazer os ajustes necessários para que o projecto possa ser alargado a mais famílias no futuro”, observa André Couto.
Para garantir a adesão das famílias e a sua colaboração está previsto ainda um extenso plano de sensibilização que irá decorrer entre abril e setembro deste ano.
Os contentores domésticos serão distribuídos numa data próxima do início do projeto, enquanto a instalação dos contentores colectivos será feita de acordo com a taxa de adesão entretanto verificada.
“Agora estamos na fase da divulgação do projeto. Temos de garantir que o projeto seja compreendido até porque ainda existe pessoas que desconhecem o que é a compostagem. Só depois disso é que teremos condições para avançar para a colocação e distribuição dos contentores”, remata o autarca.
Com este projeto a junta de freguesia de Campolide pretende criar hábitos mais sustentáveis para o ambiente. “Acreditamos que teremos um processo de crescimento gradual da quantidade de composto recolhido”, afirma André Couto. Ainda assim, no primeiro ano de implementação do “Cê ao Cubo”, a expectativa é que a recolha ultrapasse as 30 toneladas de composto.
O Centro de Compostagem está localizado num terreno na Quinta do Tarujo, um bairro de intervenção prioritária em Campolide. O composto produzido será usado nos espaços verdes da Freguesia, nas hortas urbanas e escolares e distribuído a alguns vizinhos e vizinhas que participem no projecto, para o usarem em pequenos vasos.
O projecto foi financiado pela Câmara Municipal de Lisboa, através de uma candidatura ao “Programa Bip/Zip Lisboa” para bairros e zonas de intervenção prioritária.
Outras estratégias para a recolha seletiva de orgânicos serão debatidas no segundo dia do 12º Fórum Nacional de Resíduos, onde esta discussão será aprofundada.