
Governo aprova Estratégia Nacional para o Hidrogénio
Foi aprovada em Conselho de Ministros a Resolução que consagra a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2). A EN-H2 vai promover a introdução gradual do hidrogénio, enquadrada na estratégia nacional de transição para uma economia descarbonizada. Inclui, entre outros, a criação de um projeto âncora de produção de hidrogénio verde, localizado em Sines e focado na energia solar e eólica, que tira partido desta localização estratégica. Este projeto prevê a instalação de uma unidade industrial com uma capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, 1 GW, até 2030. Dela consta também a descarbonização do setor dos transportes pesados e a descarbonização da indústria nacional, nomeadamente dos subsetores químico, extrativo, do vidro e da cerâmica e do cimento. A criação de um laboratório colaborativo para o Hidrogénio, enquanto referência nacional e internacional de atividade de I&D em torno das componentes relevantes da cadeia de valor do hidrogénio, é outro dos projetos que o governo destaca, em comunicado.
Como se sabe, a EN-H2 assenta na formalização de uma candidatura ao IPCEI - Projeto Importante de Interesse Europeu Comum, que irá apoiar o desenvolvimento da cadeia de valor industrial em torno do hidrogénio verde.
Segundo estima o governo, «a oportunidade que o hidrogénio representa para o setor e para a economia poderá traduzir-se, no horizonte 2030, em investimentos na ordem dos 7 mil a 9 mil milhões de euros, representando uma redução das importações de gás natural entre os 380 e os 740 milhões de euros e de amónia de cerca de 180 milhões de euros. Estima-se ainda que possa criar entre 8500 a 12000 novos empregos, diretos e indiretos».
Na Europa, pela mão da Comissão Europeia, o hidrogénio está no centro das políticas de energia e clima associadas à industrialização, e vai movimentar significativos apoios por via de vários fundos europeus.
O documento ontem aprovado foi alvo de consulta pública e de debate com com representantes dos setores da Inovação e Desenvolvimento, Indústria, Transportes, Energia e Formação, Qualificação e Emprego. A estratégia nacional pretende incentivar as sinergias entre promotores e facilitar o cumprimento das metas e objetivos que constam do PNEC 2030, baixando os custos da estratégia de descarbonização ali proposta.