
Humanidade esgotou recursos naturais disponíveis para este ano
Hoje, 29 de julho, a humanidade esgotou os recursos naturais do planeta disponíveis para este ano, ou seja, o orçamento natural, habitualmente designado como Overshoot Day (Dia de Sobrecarga da Terra).
Este ano o limite foi atingido três dias mais cedo que em 2018. "A tendência tem sido a de acionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo, não obstante todo o discurso político e público sobre economia circular e neutralidade carbónica", sublinha a associação ambientalista ZERO.
Este ano Portugal atingiu o seu overshoot day a 26 de maio. O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal e constituem assim pontos críticos para intervenções de mitigação.
Propostas da ZERO para reduzir o défice ambiental
A ZERO considera que a aposta numa economia circular, onde a redução e reutilização de recursos é maximizada, deverá ser uma prioridade transversal a todas as políticas públicas. O ponto fulcral deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos.
A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, trará enormes benefícios à saúde de todos e uma redução significativa do impacto ambiental associado à alimentação, defende a associação.
Em Portugal, tal significará uma aproximação da balança alimentar portuguesa com o preconizado no padrão alimentar da roda dos alimentos, um objetivo, sobre todos os pontos de vista, desejável.
A promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, pode dar um contributo muito importante, nomeadamente através da melhoria do acesso e das condições de operação dos transportes públicos, por exemplo, privilegiando os corredores específicos e melhorando a articulação entre diferentes meios de transporte, ao nível dos interfaces, horários e bilhética.
Outra medida é a disponibilização de infraestruturas e condições que estimulem a mobilidade suave, como andar a pé e de bicicleta. Partilha do transporte (car-sharing) ou mesmo a transição para a mobilidade elétrica são outras sugestões.