
Pandemia coloca transição energética nas prioridades mundiais
Não obstante todas as incertezas económicas derivadas da pandemia mundial, a transição energética lidera, mais do que nunca, as prioridades de agenda dos líderes globais de energia.
É isso mesmo que conclui o relatório anual World Energy Issues Monitor, pulicado pelo World Energy Council, que conclui que o cenário pandémico terá impulsionado esta tendência em todas as regiões.
Porém, as prioridades regionais e nacionais revelam diversidade nos caminhos para a transição energética com múltiplos 'percursos para zero' e sem uma 'solução única’.
No seu 12º ano, o relatório fornece uma avaliação prospetiva da agenda global da energia, com base na visão de mais de 2500 líderes do setor de 108 países. Este demonstra também uma maior consciência do impacto social e humano da recuperação e da transição energética.
A acessibilidade energética afeta a sociedade em todas as geografias, desde os habitantes das cidades em países desenvolvidos, até aos mais pobres das áreas rurais dos países em desenvolvimento. Simultaneamente, o relatório evidencia o aparecimento de uma nova geração de serviços de energia digital e de empreendedores de energia: tecnologias mais ágeis e disruptivas aproveitaram a convulsão social para ganhar quota de mercado em detrimento de soluções centradas no fornecimento centralizado. Há um foco crescente em soluções centradas no cliente e orientadas para a procura e rápida mudança de padrões da procura global e local.
Angela Wilkinson, Secretária-Geral do World Energy Council, comentou: “Mesmo antes do aparecimento da Covid-19, já tínhamos começado a ver o aumento da importância da agenda social da energia. Uma consequência desta crise sanitária é que colocou as pessoas no centro do debate sobre a transição energética global e deu à humanidade uma voz mais audível num debate tendencialmente polarizado e fragmentado.
Esta edição World Energy Issues Monitor mostra claramente uma crescente consciencialização dos líderes do sector da energia face à realidade incontornável de que devemos humanizar nossos sistemas de energia e abordar as novas preocupações da justiça energética para sermos bem-sucedidos.