Pergunta Água&Ambiente: É eficaz o sistema de depósito/retorno de garrafas de plástico e embalagens metálicas para bebidas?

Pergunta Água&Ambiente: É eficaz o sistema de depósito/retorno de garrafas de plástico e embalagens metálicas para bebidas?

Pergunta Água&Ambiente

É eficaz o sistema de depósito/retorno de garrafas de plástico e embalagens metálicas para bebidas? 

 

Responde Rui Berkemeier

 Os dados divulgados pelo Ministério do Ambiente sobre o projeto-piloto de recolha de garrafas de plástico em máquinas são uma prova de que este sistema deve ser uma aposta para o futuro. Com efeito, segundo o Ministério, o projeto conseguiu uma média de recolha de 400 garrafas de plástico por equipamento instalado, num sistema em que quem devolvia as garrafas era premiado financeiramente.

Estes resultados são uma clara demonstração de que a comunicação para a recolha seletiva tem de assentar não só em ações de sensibilização ambiental, mas também em mecanismos financeiros que premeiem quem separa os resíduos. É, pois, com expectativa que se vai desenvolver a segunda fase da introdução do sistema de depósito/retorno para garrafas de plástico e embalagens metálicas para bebidas, o qual irá permitir o acesso a estes equipamentos a um maior número de habitantes, antes de se alargar a todo o país.

Será o resultado destas experiências que permitirá aferir qual o valor a estabelecer para o depósito a pagar na compra de bebidas embaladas em garrafas de plástico ou latas e, assim, criar-se um sistema economicamente equilibrado que garanta a maximização da recolha deste tipo de embalagens.

O sistema de recolha seletiva assente nos ecopontos que vigora no nosso país há mais de 20 anos, já demonstrou há muito que chegou ao seu limite e que por isso é necessário recorrer a novas abordagens mais assertivas para promover a recolha seletiva, tais como o porta-a-porta, o PAYT ou o depósito/retorno.

De outra forma, as taxas de reciclagem de embalagens e resíduos urbanos iriam continuar estagnadas, como têm estado nos últimos 10 anos, situação que começa a colocar em causa a sustentabilidade do sistema nacional de gestão destes resíduos.

Rui Berkemeier é licenciado em Engenharia do Ambiente (FCT/UNL) é especialista da ZERO desde novembro de 2016, tendo passado pela Quercus como Coodenador do Centro de informação de Resíduos,de 1996 a 2016,com trabalho desenvolvido em diversas áreas relacionadas com a temática dos resíduos com particular ênfase nos resíduos urbanos, hospitalares e industriais. Foi Chefe de Setor do Ambiente da Câmara Municipal da Ilhas em Macau entre 1992 e 1996 com trabalho na área da gestão dos resíduos e educação ambiental e Técnico Superior dos Serviços Regionais de Hidráulica do Sul, em Évora, entre 1988 e 1992, com trabalho no controle da poluição hídrica e extração de inertes.

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