Refinarias da UE anunciam Via para a neutralidade climática

Refinarias da UE anunciam Via para a neutralidade climática

 

Atingir a meta da neutralidade climática implicará a aposta nos combustíveis líquidos de baixo carbono (LCLF) segundo a visão e proposta das refinarias europeias.  A  denominada Via, apresentada esta semana pela FuelsEurope, pretende mostrar como  seria possível aliar o  setor de transportes - nomeadamente aviação,  transporte marítimo e pesado - à neutralidade climática, através destes combustíveis. Nos últimos 3 anos, a FuelsEurope desenvolveu extensa tecnologia, capaz de produzir estes combustíveis em escala substancial, utilizando novas matérias-primas, como biomassa, renováveis, resíduos e CO2 capturado, capazes de reduzir progressivamente as emissões líquidas de carbono dos hidrocarbonetos líquidos. A tecnologia inclui biocombustíveis sustentáveis de 1a geração, hidrogenação de óleos vegetais/desperdícios e resíduos, BTL (Biomass to Liquid), biocombustíveis avançados e e-combustíveis, além de CCS (Carbon Capture and Storage) e hidrogénio limpo aplicado em refinarias.

A Via defendida foi elaborada com a participação das Companhias que integram a FuelsEurope, entre as quais se encontram as associadas da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas- Apetro com refinação na EU. António Comprido, Secretário Geral da Apetro, afirmou ao Ambienteonline « a convicção de que os Combustíveis Líquidos de Baixo Carbono trarão benefícios importantes para a economia e a sociedade Europeia e Nacional. As metas propostas pela via ora apresentada estão alinhadas não só com os objetivos expressos nos Planos nacionais para a Energia e Clima, com o horizonte de 2030, mas também com os objetivos de descarbonização da economia que constam do Green Deal». E não será a falta de investimento a travar a produção em escala de LCLF. A Apetro «está segura que surgirão investidores e investimento» na Via, caso a moldura legislativa lhe dê resposta e «reconheça o desempenho destes combustíveis». 

A seu favor, pesa o facto dos os LCLF não exigirem infraestrutura adicional e permitirem a redução de emissões nos veículos que hoje circulam nas estradas. A  proposta prevê um  investimento estimado entre 30 a 40 mil milhões de euros para as primeiras unidades, capazes de produzir até 30 MToe de combustíveis de baixo carbono até 2030. Isso incluiria várias instalações com as mais recentes tecnologias, à escala industrial.

Até 2050, dependendo do cenário e da evolução dos custos tecnológicos, de 90 a 150 MToe de combustíveis poderão ser produzidos, com um total de investimentos da ordem dos 400 a 650 mil milhões de euros. No cenário mais ambicioso, a neutralidade climática da UE poderia ser alcançada no global do combustível líquido do transporte rodoviário, traduzindo-se numa redução de 50% na intensidade de carbono dos setores marítimo e de aviação.

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