Águas do Alto Minho criticada pelos seus autarcas
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Águas do Alto Minho criticada pelos seus autarcas

O desempenho da Águas do Alto Minho (AdAM) foi criticado pelos sete municípios que a integram, dando-lhe ainda "o prazo de uma fatura" para que "vire a página", face à "enorme desilusão" da sua atuação desde que foi criada, caso contrário, prometem agir.


"A nossa expectativa é que as coisas comecem a melhorar no prazo da próxima faturação. Se não melhorarem, vocês conhecem cada um dos presidentes de Câmara que estão aqui, não vamos ficar parados, nunca, em nenhuma circunstância. Temos feito um debate privado, nos locais próprios, nos órgãos de gestão, mas se as coisas não mudarem então temos de ser nós a mudar", afirmou Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, numa conferência de imprensa iniciada com a leitura, pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, de um comunicado conjunto dos sete municípios que dizem ter "chegado o tempo de dizer basta à enorme desilusão do desempenho da AdAM".


Na conferência de imprensa, os municípios anunciaram ainda, no comunicado conjunto, que vão "solicitar uma reunião, com caráter de urgência, ao ministro do Ambiente e da Transição Energética, para dar conta das suas preocupações e expectativas quanto ao novo ciclo da AdAM, que deverá contar com total empenho do parceiro Estado".


Sem querer especificar cenários, o autarca referiu que "os municípios demonstraram que fizeram, ao longo dos anos, um bom serviço de abastecimento de água e saneamento básico, apesar de, nessa altura, também serem muitas as críticas": "Se nos juntámos aos melhores para sermos melhores e se esses melhores nos falham, no limite, teremos de encontrar soluções que passam por regressar a uma casa onde já fomos felizes, a casa de cada um. Mas isso é um cenário que não está em cima da mesa. Confiamos que a página vai ser mudada e que estamos no último momento em que é possível aguentar uma sucessão de erros tão crassa", disse.


Apesar de classificar de "enorme deceção" o desempenho da empresa, Miguel Alves garantiu que os concelhos integrados na AdAM "continuam empenhados no sucesso de uma parceria que une municípios diferentes, com características diferentes e liderados por políticos eleitos por partidos diferentes". "Se o que nos foi transmitido pelo presidente do conselho de administração é de que a próxima fatura já beneficiará de um sistema único, próprio, aplicado aos sete municípios e não um sistema agregado que levou a erros de faturação, se nos foi garantido que vão ser recrutados mais recursos humanos, nestes dias, para melhorar o atendimento, responder às ruturas que acontecem no território, fazer mais ramais, se nos foi garantido que haverá novas vias de comunicação para que as pessoas não fiquem horas penduradas ao telefone, sem capacidade para responder às pessoas e sem capacidade para devolver as chamadas, se nos foi isso tudo [afirmado] para estas semanas, o que esperamos é que no prazo de uma fatura (…) as coisas possam mudar", relatou Miguel Alves sobre o que foi dito pelo presidente do conselho de administração na última reunião que manteve com as sete autarquias.


A AdAM gere as redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento, e começou a operar em janeiro de 2020, "dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes". A empresa é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe - Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho. Três concelhos do distrito - Ponte da Barca, Monção e Melgaço - reprovaram a constituição daquela parceria.

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