COP26: reduções de metano em 30% até 2030 e mil milhões de euros para combate à desflorestação

COP26: reduções de metano em 30% até 2030 e mil milhões de euros para combate à desflorestação

Mais de 100 países, entre os quais Portugal, Estados Unidos e a União Europeia como entidade, comprometeram-se a reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, em comparação com 2020. Esta decisão foi anunciada durante a 26.ª cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP26), que tem lugar em Glasgow, Reino Unido, até ao próximo dia 12 de novembro.


Foi ainda anunciado que a Comissão Europeia vai apoiar com mil milhões de euros o programa de combate à desflorestação, anunciou a presidente daquele órgão comunitário, Ursula von der Leyen.


O metano é um gás com poderoso efeito de estufa, muito superior ao mais 'mediático' dióxido de carbono - cerca de 29 vezes superior ao CO2 durante um período de 100 anos, e cerca de 82 vezes durante um período de 20 anos –, e, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um dos que podem ser reduzidos mais rapidamente: “Reduzi-lo abrandaria imediatamente o aquecimento global”, disse Ursula von der Leyen, lembrando que o metano é responsável por cerca de 30% do aquecimento do planeta desde a revolução industrial.


Os Estados Unidos e a União Europeia já tinham anunciado em setembro que estavam a trabalhar no acordo, ao qual se juntaram 103 países, entre eles, além de Portugal, o Brasil, o Canadá, a França, a Alemanha, a Indonésia, o México, . a Nova Zelândia, a Arábia Saudita ou o Reino Unido, entre outros.


De acordo com o documento a concretização do Compromisso Global de Metano reduzirá em pelo menos 0,2 graus celsius o aquecimento global até 2050, “proporcionando uma base fundamental para os esforços globais de mitigação das alterações climáticas”.


Além disso, segundo a Avaliação Global do Metano da Coligação Clima e Ar Limpo (CCAC) e do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), conseguir os objetivos até 2030 do compromisso hoje divulgado evitaria mais de 200.000 mortes prematuras, centenas de milhares de idas a urgências hospitalares relacionadas com a asma, e mais de 20 milhões de toneladas de perdas de colheitas por ano até 2030.


Quanto à desflorestação, o esforço financeiro europeu, a aplicar a cinco anos, inclui-se no financiamento público e privado de 22,4 mil milhões de dólares (19,3 mil milhões de euros) a anunciar hoje na COP26 e que é considerado essencial para alcançar o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos valores médios da era pré-industrial.


Falando numa sessão especial sobre desflorestação em Glasgow, onde se realiza a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, Von Der Leyen comprometeu-se a "reduzir a pegada de consumo europeia nos territórios e florestas", indicando que os "eleitores e consumidores europeus estão a deixar cada vez mais claro que já não querem comprar produtos que provocam desflorestação ou degradação de florestas".


Da contribuição europeia, 250 milhões de euros irão para a bacia do Congo e serão aplicados em oito países: Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, República do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Burundi e Ruanda. Servirão para "proteger a segunda maior região de floresta tropical e melhorar as condições de vida para as suas populações", segundo um comunicado divulgado pela Comissão.


Mais de 100 líderes mundiais chegaram a um novo acordo para parar e reverter a desflorestação e degradação do solo, a que se juntará a União Europeia.


Embora acordos semelhantes tenham sido alcançados antes, desta vez estão entre os signatários os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, líderes das duas maiores economias do mundo.


A declaração também foi subscrita pelos líderes dos países com as maiores áreas de floresta do mundo, a República Democrática do Congo, Papua Nova Guiné e Brasil, cujo presidente, Jair Bolsonaro, recusou até agora comprometer-se com a proteção da floresta amazónica.

Portugal, Angola e Guiné-Bissau estão também entre os mais de 100 signatários, representativos de mais de 86% das florestas mundiais, entre as quais a floresta boreal do Canadá, a floresta amazónica ou ainda a floresta tropical da bacia do Congo.

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