
Projeto de central solar em Santiago do Cacém gera contestação
O projeto de uma central solar fotovoltaica no concelho de Santiago do Cacém, Setúbal, que prevê um investimento de mil milhões de euros, está a ser contestado pela população, através de uma petição pública.
A empresa Prosolia Energy quer construir a central solar 'The Happy Sun is Shining' (THSiS) na freguesia de São Domingos e Vale de Água, naquele concelho alentejano, e o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projeto esteve em consulta pública até dia 18 de março. Esse mesmo documento indica que o terreno onde o projeto vai “nascer” tem área total de 1262 hectares, que inclui "mais de um milhão de eucaliptos" e zonas de montado, mas para a ocupação da central estão destinados 535 hectares. É esta a área onde vão ser montados mais de 2,2 milhões de módulos solares dupla face, "com uma potência combinada de 1.143 MW (megawatts)", com a qual se estima produzir cerca de 1.761 GWh/ano, com o objetivo de escoar energia para o Sistema Elétrico Nacional.
Tendo em conta a dimensão do projeto, que é apresentado como o maior parque solar da Europa, a sua construção, prevista para 2025, está a gerar críticas junto de moradores da freguesia e até já circula uma petição pública, através da Internet, na qual os subscritores dizem "Não" ao projeto, argumentando que vai surgir "em área rural de Reserva Ecológica Nacional (REN) e Reserva Agrícola Nacional (RAN)" e alegadamente envolver "o abate de milhares de árvores".
O estudo refere que está previsto "que sejam preservados os montados, os exemplares identificados isolados, assim como a vegetação ribeirinha".
De acordo com o EIA, a central terá uma vida útil de 30 anos e contribuirá anualmente para evitar a emissão de cerca de 595 mil toneladas de CO2 (dióxido de carbono) para a atmosfera, quando comparado com a produção de energia equivalente utilizando gás natural, ou a não emissão de cerca de 1.408 toneladas de CO2, por ano, se o combustível utilizado fosse o carvão.