
Solução de Sines como porta de entrada do gás natural na Europa pode estar comprometida
Sendo o gás natural um combustível fóssil a descontinuar, tendo em vista as metas nacionais e internacionais da neutralidade carbónica, a ambição do Governo de fazer do Porto de Sines uma porta de entrada para esta fonte de energia na Europa pode estar comprometida.
Embora António Costa tenha anunciado esse objetivo, a solução parece ser mais um mito do que uma possibilidade, pois aumentar as infraestruturas leva tempo e acarreta custos elevados.
Portugal é dos países europeus menos dependente do gás russo e tem uma localização privilegiada para receber gás de outras proveniências. E o porto de Sines tem boas condições para receber gás natural liquefeito (GNL). Até aqui tudo bem. Mas Sines é muito deficiente na distribuição de gás natural, pois as infraestruturas atuais contemplam as necessidades nacionais (que são 70 por cento da capacidade instalada), sobrando um pequeno excedente (30 por cento) que não chega para alimentar uma Europa ávida de gás natural.
Por outro lado, Sines tem a concorrência de seis portos espanhóis que também podem receber gás natural. E se a construção de novos gasodutos já foi desbloqueada pelo governo francês, a sua implementação levará anos. Isto para não falar se a Europa quer receber gás natural por intermédio de uma empresa cujo acionista principal é o Estado chinês, já que a China - como a Rússia - também é um estado autocrático.
Leia o artigo completo na edição de maio/junho do jornal Água&Ambiente, em distribuição.