
ZERO alerta para perigos de transformar central do Pego em biomassa
A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável alertou que caso o objetivo da central do Pego seja queimar biomassa serão produzidas anualmente 600 mil toneladas de CO2.
Queimar biomassa na central do Pego pode levar no local à produção de 1% do CO2 de todo o país, afirmou a associação ambientalista em comunicado, defendendo que Portugal deve recorrer a fontes de energia renovável verdadeiramente sustentáveis.
Lembre-se que central termoelétrica do Pego, depois da central de Sines, foi desativada no final do ano passado. A produção no local de energia através da biomassa é uma das hipóteses, mas não é conhecida ainda uma decisão.
Assim, para a ZERO, a eventual conversão da central do Pego para biomassa “continua a ser motivo de grande preocupação”, porque irá agravar significativamente a falta de madeira e vai levar a um aumento das emissões de gases com efeito de estufa.
Nas contas da associação, se for produzida energia com “pellets torrificados” (com origem em resíduos vegetais recolhidos num raio de 60 quilómetros), para obter 512 gigawatts-hora de produção elétrica anual, serão precisas 260 mil toneladas de “pellets”, obtidas de 465 mil toneladas de biomassa vegetal, que exigem à volta de 15.000 viagens de camião.
O recurso à biomassa não é, nem será de forma alguma, uma solução renovável para a produção de energia, enfatiza a associação.
“Espera-se que o Governo não se esqueça do que referiu em 2019, quando assumiu que vai inverter o sentido de marcha no que diz respeito à estratégia para a biomassa em Portugal, assim como tenha em consideração os compromissos com a Lei de Bases do Clima, recentemente aprovada na Assembleia da República, que é bem clara quanto à descarbonização do sistema electroprodutor”.