ZERO e Quercus querem fim de venda de esquentadores a gás e caldeiras até 2025

ZERO e Quercus querem fim de venda de esquentadores a gás e caldeiras até 2025

A ZERO e a Quercus uniram-se ao apelo de dezenas de organizações europeias que querem que a União Europeia (UE) impeça a venda de esquentadores e caldeiras a gás natural a partir de 2025, o que, segundo as mesmas, pouparia 110 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) por ano até 2050, dizem.


O apelo surge a propósito do Fórum de Consulta, nos próximos dias 27 e 28 de Setembro, no qual técnicos representantes dos Estados membros, da indústria e da sociedade civil irão discutir as propostas da Comissão Europeia de revisão do regulamento de conceção ecológica para os aparelhos de aquecimento ambiente e água. Nos próximos meses haverá depois uma votação da proposta da Comissão, com a Zero a dizer em comunicado que espera “uma posição ambiciosa da parte de Portugal”.


Foi enviada uma carta assinada pelas duas organizações, e mais três dezenas de congéneres europeias, ao vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, na qual se apela à eliminação gradual da venda de caldeiras e esquentadores alimentados a combustíveis fósseis.


As associações lembram os objetivos da UE de alcançar a neutralidade carbónica em 2050, e de ter uma redução de emissões em 2030 até 55%, notando que o projeto de revisão da Comissão Europeia da regulamentação de conceção ecológica prevê a continuação da venda e instalação de esquentadores e caldeiras a combustíveis fósseis novos na UE durante, pelo menos, a próxima década.


A Quercus afirma que atualmente existem “cerca de 129 milhões de caldeiras instaladas na UE, sendo que 50% destas são muito ineficientes, classificadas com a classe de eficiência energética C ou inferior”, e as duas associações realçam ainda que mais de 80% de todo o equipamento de aquecimento de espaços instalados na Europa são alimentados por combustíveis fósseis.


Em maio a Agência Internacional de Energia (AIE) recomendou a introdução global de proibições de novas caldeiras a combustíveis fósseis a partir de 2025.


Nas contas da ZERO, uma caldeira doméstica a combustíveis fósseis pode durar até 25 anos. Assim, as vendidas após 2025 vão durar além de 2050, quando a UE deverá atingir a neutralidade carbónica. Por isso, afirma, que as propostas que vão ser discutidas não fazem parte do Pacto Ecológico Europeu mas vão afetar as emissões de gases da UE, e a venda de milhões de produtos em toda Europa.


Sete Estados membros já têm uma estratégia para descarbonizar os seus sistemas de aquecimento (Suécia, Finlândia, Dinamarca, França, Áustria, Bélgica e Países Baixos), pelo que se não alinhar com esta ambição a UE está a “minar os esforços” destes países, alerta a Quercus no comunicado, acrescentando que Portugal ainda não tem uma estratégia semelhante.


Quanto a alternativas, a ZERO lembra que, neste momento, já se utilizam 13,3 milhões de bombas de calor na EU que aquecem casas e escritórios.

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