Medidas estratégicas para o sector da água precisam-se
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Medidas estratégicas para o sector da água precisam-se

Depois das 12 badaladas que marcaram o início de um novo ano, os desejos para 2009 são mais que muitos. O AmbienteOnline foi conhecer as aspirações dos responsáveis de algumas empresas do sector da água, que pedem medidas que permitam melhorar o desempenho dos projectos em curso e concretizar os que ainda não passaram do papel.
 
Pedro Falcão e Cunha, presidente da AGS, espera para este ano uma «solução que permita a participação das empresas privadas no projecto de infra-estruturação do País», de modo a que, em conjunto com as entidades públicas, aquelas possam aproveitar em pleno os fundos europeus disponíveis.
 
«Temos a sensação de que a forma como estão a ser estruturadas as novas empresas públicas que se responsabilizarão pela gestão das baixa vai conduzir a soluções que não são financiáveis (sobretudo na actual situação da economia) e a projectos que, na generalidade, não vão passar do papel», sublinha Falcão e Cunha.
 
Urgência no novo estatuto do IRAR
 
Por seu turno, Paulo Pinheiro, presidente executivo da Indaqua, considera essencial ao desenvolvimento do sector da água a publicação do regulamento tarifário e a publicação do novo estatuto do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Há vários anos que se discute o novo estatuto do IRAR, que ficou finalizado antes mesmo da mudança de Governo. Actualmente nas mãos do Ministério das Finanças, o futuro estatuto permitirá que a intervenção regulatória do IRAR, que se passará a designar por Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, chegue a mais de 400 entidades gestoras.
 
Para além destas medidas, Paulo Pinheiro sublinha a necessidade de acções «de carácter estratégico», como o modelo prático de cobertura do território com atendimento às populações em condições realistas e sustentáveis», isto porque, salienta, o modelo teórico já existe no Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais para o período 2007-2013 (PEAASAR II).
 
Direitos iguais no acesso ao QREN
 
«Também o acesso aos fundos do QREN 2007-2013 [Quadro de Referência Estratégico Nacional] para investimento em infra-estruturas de abastecimento de água e de saneamento tem de ser equitativo, independentemente do modelo de gestão» dos projectos, continua Paulo Pinheiro. O essencial é que os projectos cumpram os requisitos para aceder ao apoio. «Existirá esse pragmatismo e abertura em 2009?», questiona o presidente da Indaqua.
 
Recorde-se que a conclusão dos sistemas em baixa é a grande prioridade do PEAASAR 2007-2013, captando 2200 milhões de euros de investimento, ao passo que os sistemas em alta necessitam de 1600 milhões de euros. Está em curso a concretização do modelo verticalizado de gestão com intervenção da Águas de Portugal. Os sistemas multimunicipais deverão absorver os sistemas em baixa, prevendo-se que as novas sociedades gestoras sejam criadas em 2009. Para os privados fica reservada a gestão, operação e manutenção destes sistemas, concessionando-os por 10 a 15 anos.
 
O ponto de partida deste novo modelo é a fusão entre os sistemas já existentes. Além da geração de economias de escala, através da integração de sistemas geograficamente vizinhos, esta fusão permite economias de gama, com a junção dos sistemas de águas e de saneamento de águas residuais existentes na mesma região e mais-valias ambientais.
 
Por último, «um mercado do ambiente livre e concorrencial, sem centralismos que prejudiquem a economia», é o desejo de João Levy, ainda presidente da Associação das Empresas para o Sector do Ambiente, para o ano que agora começa.
 
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