Chega recomenda ao Governo suspensão da central fotovoltaica flutuante na Barragem do Cabril
Deu entrada na Assembleia da República um projeto de resolução do Chega que recomenda ao Governo a suspensão imediata da concessão do projeto da central fotovoltaica flutuante na Barragem do Cabril, localizada nos concelhos de Pedrógão Grande (distrito de Leiria), Sertã (distrito de Castelo Branco) e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra.
Segundo o Chega, “a concessão atribuída ao projeto, que abrange 33 hectares e que foi adjudicada no âmbito do Leilão Solar Flutuante de 2021, levanta sérias preocupações sobre os impactos que terá nas comunidades locais, no ambiente e nas atividades económicas que dependem da albufeira”.
“O Governo, ao conceder esta autorização, não pode ignorar o facto de que qualquer intervenção desta dimensão na albufeira terá consequências diretas sobre a vida das pessoas que vivem da terra, da água e do turismo. A qualidade de vida, o desenvolvimento económico local e a preservação ambiental são pilares que não podem ser sacrificados em nome de um projeto industrial que não respeita o equilíbrio entre a produção de energia e o respeito pela natureza e pelas comunidades”, lê-se no projeto que deu entrada na Assembleia da República.
Embora o Governo tenha assegurado que o projeto será submetido a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) e que não prejudicará as atividades tradicionais da região, como a pesca, a navegação ou o turismo, “essas garantias revelam-se insuficientes”, considera o Chega, dizendo que a instalação dos painéis solares flutuantes, cobrindo cerca de 35 hectares da superfície da água, “criará problemas ao nível da qualidade da água, ao provocar o aumento da temperatura da água e ao reduzir a entrada de luz solar, prejudicando o ciclo de vida das espécies aquáticas. A biodiversidade local será posta em risco, e o próprio ecossistema poderá ser alterado de forma irreversível”.