
Lobby empresarial espanhol quer extensão do uso das centrais nucleares do país
Um dos principais lobbies empresariais de Espanha pediu, esta sexta-feira, a extensão do uso das centrais nucleares espanholas, que o Governo do país, liderado pelo primeiro-ministro interino Pedro Sánchez, quer começar a encerrar a partir de 2027.
"Posições ideológicas não devem impedir-nos de reconhecer a necessidade de estender a vida útil das centrais nucleares já instaladas, que garantem a estabilidade do sistema", disse Manuel Perez-Sala, presidente do lobby empresarial Círculo de Empresários, cujos membros incluem 230 líderes empresariais e altos gerentes.
Manter as atuais centrais nucleares em funcionamento requer investimentos de bilhões de euros em instalações envelhecidas, mas oferece a garantia de energia estável, disse Manuel Perez-Sala num evento dedicado à transição energética que o grupo realizou em Madrid.
O grupo de lobby também ressaltou a importância da segurança jurídica e de "um marco regulatório sem altos e baixos, particularmente de natureza retroativa".
O destino das centrais nucleares espanholas tornou-se uma questão controversa durante a recente campanha eleitoral, com o Partido Popular (PP), da oposição conservadora, a prometer reverter a eliminação gradual planeada das centrais nucleares, que geram cerca de um quinto da eletricidade do país.
Um acordo de coligação entre partidos de centro-esquerda, que procuram formar um governo, confirmou "o desmantelamento ordenado e progressivo" dos reatores nucleares.
A ministra interina da Energia, Teresa Ribera, que apoia um modelo energético baseado em energias renováveis, como solar e eólica, defendeu a eliminação gradual do nuclear várias vezes. Segundo Teresa Ribera, prolongar a vida útil das centrais nucleares "não é viável e o seu custo recairia necessariamente sobre os cidadãos, porque é preciso garantir investimentos em segurança", disse durante a campanha eleitoral.