Moradores da aldeia de Pisão, que será submersa com barragem, inquiridos sobre nova povoação
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Moradores da aldeia de Pisão, que será submersa com barragem, inquiridos sobre nova povoação

 Os moradores e proprietários de casas e terrenos na aldeia de Pisão, concelho de Crato (Portalegre), estão a ser chamados a participar num inquérito sobre o futuro da nova povoação, a edificar no âmbito da construção da barragem, noticiou a agência Lusa. 

António Farinha, da Comissão da Pró-Associação de Residentes e Proprietários do Pisão, aldeia que está previsto ser submersa com a construção do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato, explicou esta terça-feira à agência Lusa que este é o segundo inquérito à população desde que o projeto arrancou. O primeiro inquérito, lembrou, decorreu em 2021 e tinha como objetivos “perceber como as pessoas queriam ser realojadas” e “o que gostariam que acontecesse”, nomeadamente “onde gostariam de ir viver, o que gostavam mais na aldeia” ou o que queriam “que a nova aldeia pudesse oferecer”. Este novo inquérito, agora, “repete um pouco as perguntas anteriores e acrescenta novas perguntas, mais precisas, mais orientadas” para aquilo as pessoas querem que a nova aldeia tenha, explicou António Farinha.

O estudo, efetuado por uma empresa especializada e promovido pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), responsável pela execução do projeto de construção da também chamada Barragem do Pisão, quer que a população se pronuncie sobre quais “os equipamentos coletivos ou o tipo de casas” que ambiciona ter na nova localidade.

O inquérito deverá ficar concluído “no espaço de três a quatro semanas”, estando, nesta altura, a decorrer os agendamentos com os moradores e proprietários para que o trabalho possa ser efetuado no terreno.

A iniciativa surge na sequência de uma reunião que decorreu, no sábado passado, na aldeia de Pisão, juntando representantes da CIMAA, da Câmara de Crato e da Comissão da Pró-Associação de Residentes e Proprietários do Pisão.

O EAHFM do Crato envolve um investimento total superior a 200 milhões de euros, dos quais mais de 141 milhões financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O projeto inclui ainda a construção de uma central fotovoltaica flutuante, de 150 megawatts (MW), cujo investimento, no valor de cerca de 51 milhões de euros, não está inscrito no PRR. Entre outras componentes, o projeto contempla, além da barragem e da central fotovoltaica, uma central mini-hídrica e canais para regadio agrícola e sistema de abastecimento público de água.

A barragem vai permitir regar cerca de 5500 hectares e, segundo o cronograma submetido pela CIMAA à Comissão Europeia, as obras de construção deverão estar terminadas no final de 2026.

A albufeira vai surgir numa área de 10 mil hectares, ficando submersa a aldeia de Pisão, que atualmente conta com cerca de 70 moradores e 110 casas. A albufeira, uma reivindicação histórica da região, vai também garantir o abastecimento às populações dos concelhos de Alter do Chão, Avis, Crato, Fronteira, Gavião, Nisa, Ponte de Sor e Sousel, num total de cerca de 55 mil pessoas.

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