
Municípios da Resulima preocupados com aumento das tarifas de tratamento de resíduos reúnem com Secretário de Estado do Ambiente
Os municípios que integram a Resulima - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos - Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo - estão contra o aumento das tarifas de tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos validado pela ERSAR - Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, tendo os seus presidentes reunido na passada sexta-feira, 15 de setembro, com o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires.
Segundo um comunicado da Câmara Municipal de Barcelos, os autarcas dos seis municípios procuraram, durante a reunião, sensibilizar o Governo para o "aumento brutal" do novo tarifário validado pela ERSAR, alertando para os impactos muito negativos e gravosos desses aumentos, tanto para os Municípios como para as famílias.
Além disso, "sugeriram a introdução de um mecanismo de estabilização dos preços que ajuste o aumento anual pelo valor da inflação, criticando os aumentos absurdos aprovados que, a título de exemplo, em 2021, a tarifa de tratamento em aterro era de 7,88 euros a tonelada e em 2024 será de 66,17 euros a tonelada. Por outro lado, a TGR – Taxa de Gestão de Resíduos paga ao Estado, em 2020 tinha um custo de 11 euros e em 2024 terá um custo de 30 euros", informa o comunicado.
Por seu turno, Hugo Pires, não obstante ter referido que o Governo não tem poderes para intervir nos valores do tarifário alegando que há diretivas e metas europeias a cumprir, mostrou disponibilidade para apoiar o investimento em equipamentos – recetáculos e frota de recolha de resíduos e comprometeu-se também a que o Executivo devolva 30% do que os municípios gastam na TGR, como forma de atenuar o impacto dos aumentos do tarifário.
"Apesar das medidas anunciadas, os Presidentes de Câmara dos municípios que integram a Resulima reiteraram a sua profunda preocupação pelo impacto muito negativo e gravoso que o tarifário aprovado vai causar nas famílias, numa altura em que a conjuntura económica e social é muito difícil e adversa", revelou ainda a Câmara Municipal de Barcelos em comunicado.
Os líderes camarários sensibilizaram também o Secretário de Estado para o problema dos odores emanados pela Unidade de Tratamento de Paradela, reconhecendo que a situação melhorou, mas que ainda há trabalho a fazer no sentido de atenuar ainda mais esses efeitos junto das populações circunvizinhas ao aterro.
Quanto a este tema, o secretário de Estado do Ambiente "mostrou abertura para encontrar soluções de rentabilizar a Unidade de Paradela, nomeadamente pela criação de um parque fotovoltaico".