Produção de combustíveis sustentáveis na aviação pode falhar metas globais até 2030, alerta BCG
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Produção de combustíveis sustentáveis na aviação pode falhar metas globais até 2030, alerta BCG

A BCG – Boston Consulting Group estima que a produção de combustíveis sustentáveis de aviação de base biológica (bio-SAF, na sigla em inglês bio-based Sustainable Aviation Fuel) ficará 30% abaixo das metas definidas pela Agência Internacional de Energia até 2030, sendo a diferença ainda maior no caso dos combustíveis sustentáveis de aviação de base elétrica (e-SAF, na sigla em inglês electrofuels-based Sustainable Aviation Fuel), com um défice previsto de 45%. O alerta surge num estudo hoje divulgado pela consultora, que sublinha a distância entre os objetivos traçados e a capacidade real do setor da aviação para os atingir.

Apesar de 80% das empresas do setor acreditarem que vão cumprir as metas de utilização de combustíveis sustentáveis, apenas 14% se consideram preparadas para os desafios de produção e infraestrutura. A Boston Consulting Group assinala ainda que os combustíveis sustentáveis representam atualmente apenas 0,3% da produção global, apesar do crescimento de 1150% registado nos últimos três anos.

A ausência de uma motivação comercial clara e os custos elevados continuam a ser os principais entraves à expansão dos SAF, apontados por mais de metade dos produtores e quase metade dos compradores. Embora 62% das empresas invistam 4% ou mais das suas receitas nestes combustíveis, os níveis de investimento são desiguais, com os fabricantes de aeronaves à frente e os aeroportos e companhias aéreas a ficarem para trás.

Para acelerar a adoção destes combustíveis, a BCG defende quatro estratégias principais: consolidação da procura, definição de regras claras para o mercado, aumento da escala de produção e aposta em inovação para responder à procura futura. “Temos pela frente um caminho bem desafiante para descarbonizar a indústria”, afirma Carlos Elavai, da BCG em Lisboa, destacando a importância da colaboração entre empresas.

O estudo salienta ainda o papel decisivo da regulamentação para viabilizar a transição, destacando os esforços da União Europeia e dos Estados Unidos na criação de condições favoráveis ao desenvolvimento e adoção dos SAF.

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