
Quercus contesta projetos fotovoltaicos flutuantes na Peneda-Gerês
Segundo a Quercus, em causa está o impacto paisagístico devido a 10 hectares de painéis fotovoltaicos sobre o plano de água do rio Cávado, no concelho de Montalegre, a instalação de aerogeradadores e linha elétrica em áreas florestais sensíveis na Serra da Cabreira, no concelho de Vieira do Minho, e o impacto em fauna ameaçada, com destaque no lobo-ibérico.
A associação ambientalista explica, em comunicado, que tem a expectativa que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “faça cumprir a legislação” propondo uma Declaração de Impacte Ambiental “desfavorável” ao projeto da central solar fotovoltaica flutuante de Salamonde e projeto híbrido associado, promovido pela empresa Alto Watt, Energias Renováveis, do grupo Finerge.
“(Este projeto) prevê ocupar uma área em 4 ilhas com 16 640 de painéis fotovoltaicos (cerca de 9,3 ha) acrescida da área máxima de oscilação das ilhas no plano de água depois de amarradas. São mais de 10 ha (10 campos de futebol) sobre o plano de água do rio Cávado, com um grande impacte paisagístico sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês, nomeadamente na área da Comunidade Local dos Baldios de Fafião, do Agrupamento de Baldios da Serra do Gerês, na freguesia de Cabril, concelho de Montalegre, fora a instalação de dois aerogeradores e linha elétrica na Serra da Cabreira, com interesse para conservação nos baldios de Salamonde, Espinho e Cantelães, integrados em parte no Perímetro Florestal da Serra da Cabreira, no concelho de Vieira de Minho”, salienta a associação.
A Quercus considera que o projeto se sobrepõe parcialmente ao Parque Nacional da Peneda-Gerês e à Zona Especial de Conservação (ZEC) Peneda-Gerês da Rede Natura 2000 e à Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, da UNESCO, no concelho de Montalegre, pondo em causa a fauna e flora.
A Quercus participou na consulta pública, que decorreu até dia 21 de agosto, através do portal Participa.