Relatório da IRENA destaca potencial do comércio internacional de hidrogénio verde até 2050
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Relatório da IRENA destaca potencial do comércio internacional de hidrogénio verde até 2050

A Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA) publicou este mês um novo relatório que analisa o potencial tecnológico e económico do comércio global de hidrogénio verde e dos seus produtos derivados, como amoníaco, e-metanol e ferro reduzido diretamente (dri), projetando cenários para 2050. Intitulado “the potential for green hydrogen and related commodities trade”, o estudo baseia-se numa abordagem de otimização de custos e integra as mais recentes dinâmicas de mercado e políticas internacionais.

Este trabalho amplia o foco para além do hidrogénio puro, considerando também o comércio destes derivados, que podem apresentar vantagens na eficiência do transporte e custos logísticos. A análise inclui 35 regiões do mundo, tendo em conta a disponibilidade de recursos renováveis, custos de infraestruturas e limitações específicas para cada produto. Foram avaliados dois cenários principais: um em que todos os países têm custos de financiamento iguais (same wacc scenario) e outro onde estes custos variam entre países (differentiated wacc scenario).

Segundo o relatório, a percentagem de procura global satisfeita através do comércio internacional será variável consoante o produto: cerca de 30% para amoníaco, 18% para e-metanol, 14,4% para hidrogénio puro e 14% para ferro reduzido diretamente. No total, os produtos derivados representarão entre 73% e 80% do comércio equivalente ao hidrogénio verde, devido a custos de transporte mais baixos e maior eficiência.

O estudo aponta para a necessidade de um investimento estimado em 2,49 biliões de dólares em infraestrutura, que inclui 4,7 terawatts (tw) de capacidade de energias renováveis, 2,1 tw em eletrolisadores e 0,9 terawatts-hora (twh) em armazenamento por baterias. Quanto aos principais exportadores no cenário com custos de financiamento iguais, destacam-se regiões como América Latina, Médio Oriente, Norte e Sub-Saara africanos, devido aos seus recursos naturais abundantes. Já no cenário com custos diferenciados, países como Austrália, China e Estados Unidos assumem a liderança nas exportações.

A IRENA sublinha ainda que “o comércio de hidrogénio verde desempenha um papel fundamental na descarbonização global e no desenvolvimento económico”, mas alerta que “para concretizar este potencial é necessária uma cooperação internacional reforçada, políticas coordenadas e investimento substancial em infraestrutura”. O relatório destaca a importância de harmonizar certificações e regulamentos para facilitar as trocas comerciais e salienta o papel das estratégias nacionais para alinhar investimentos em energias renováveis com a expansão da economia do hidrogénio.

Por fim, a agência refere que a análise poderá ajudar a definir políticas públicas e planos de investimento, promovendo uma transição energética justa e inclusiva, enquanto oferece aos países a oportunidade de diversificar as suas fontes energéticas e reforçar a segurança do abastecimento.

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