
ambiente
Portugal atrasado na criação de ecoparques industriais
À
primeira vista, nada os diferencia de simples parques industriais: uma
aglomeração de unidades empresariais, num espaço definido para o
desenvolvimento industrial e com infra-estruturas e equipamentos de apoio à
actividade económica. No entanto, os ecoparques empresariais acrescentam um
ingrediente importante aos tradicionais parques de empresas: a eficiência
ambiental.
Em
Portugal, ainda são poucos os projectos cuja visão de desenvolvimento se centra
em redes de simbiose, mas existe um potencial de dinamização destas redes»,
afirma Inês Costa, investigadora do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e
Políticas de Desenvolvimento, do Instituto Superior Técnico (IST).
Os
ecoparques empresariais do Relvão, na Chamusca, e de Estarreja, em Aveiro, são
os que se destacam no panorama nacional. A Câmara Municipal da Covilhã
anunciou, em 2008, a
criação de um ecoparque industrial para empresas de sucata e reciclagem de
materiais de construção civil, mas, ao que o jornal Água&Ambiente
apurou, o projecto ainda não avançou.
No
entanto, bastaria «aproveitar as redes de colaboração ou industriais já existentes,
como os parques tecnológicos e industriais, associações industriais ou
empresariais», e o cenário seria diferente, garante Inês Costa. Como exemplo,
aponta a zona industrial e logística de Sines (Zils), a cargo da Global
Parques, que «pela tipologia de indústrias co-localizadas e recursos
envolvidos, possui um grande potencial de exploração destas sinergias»,
explica.
O
atraso observado em Portugal na implantação dos ecoparques empresariais resulta
de um quadro normativo e de condições de mercado pouco incentivadoras. Falta,
na opinião de Inês Costa, «implantar instrumentos económicos que penalizem
opções menos nobres de gestão (como o aterro), criar mecanismos que garantam a
qualidade do material residual transaccionado e uma maior flexibilização tecnológica
na gestão dos resíduos».