
ambiente
Inglaterra e Alemanha destacam-se nas redes de abastecimento para carros eléctricos
Perante o consenso mais ou menos generalizado em relação à
necessidade de reduzir fortemente a dependência e o consumo excessivo de
combustíveis fósseis, bem como a emissão de gases nocivos para a atmosfera, o
“velho” veículo eléctrico (VE) volta a estar na ordem do dia, um pouco por todo
o mundo.
Países como a Inglaterra e a Alemanha implantaram já projectos
de redes de abastecimento de carros eléctricos. Na Índia, a Tata prometeu um
carro eléctrico para este ano. Também a Dinamarca e Israel estão na linha da
frente na utilização de VE, com políticas de baixos impostos para os carros
eléctricos, para acelerar a sua disseminação.
Estudos recentes revelam que dois terços das viagens urbanas na
Europa não ultrapassam, em média, a distância de 40 km , o que possibilita a
utilização exclusiva da vertente eléctrica. Perante isto, a assinatura de um acordo de intenções entre o Governo e a
Renault-Nissan, em Março, para a possível instalação de uma fábrica de baterias
de iões de lítio no País (um investimento de 300 a 400 milhões de euros),
e o Programa de Mobilidade Eléctrica apresentado no mês passado, são «um bom
começo» para a introdução dos VE em Portugal, reconhece Stussi.
Veículos eléctricos têm mais de 50 anos
Veículos eléctricos têm mais de 50 anos
A introdução do carro eléctrico em Portugal é uma «solução
inevitável» rumo à mobilidade sustentável, mas a penetração destes veículos no
mercado nacional não deverá acontecer antes dos próximos dez anos, garante
Robert Stussi, presidente da Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico. A
massificação destes veículos pode estar ainda longe, mas a verdade é que os
veículos eléctricos não são um conceito recente, tendo sofrido uma evolução ao
longo de mais de 50 anos.
O percurso do VE foi acontecendo ao sabor das crises
petrolíferas. Depois do Tama, um automóvel que surgiu em 1947, alimentado
através de uma bateria pouco autónoma e com fraco desempenho (velocidade máxima
de 35 km/h
e autonomia de 65
quilómetros entre cada carga), o conceito caiu no
esquecimento. Acabou por ressurgir, na década de 70, com a crise do petróleo e
consequente necessidade de encontrar alternativas ao uso da gasolina. Surgiu o
pequeno 315X-a, três anos mais tarde a pick-up EV4 e um ano depois um protótipo
eléctrico baseado no Laurel Saloon.
Mais recentemente, já nos anos 90, a Nissan deu um grande
salto no desenvolvimento tecnológico dos VE. No início da década, a empresa
apresentou o protótipo FEV, e quatro anos depois, o FEV-II, de duas portas e
alimentado por uma bateria de iões de lítio. A empresa chegou a desenvolver 18
protótipos de veículo eléctrico, tendo produzido 220 unidades de um modelo, o
Hypermini, que podia ser alugado na cidade japonesa de Yoklohama para curtos
trajectos urbanos. Com a aliança Nissan-Renault, a proposta lançada pelo
Hypermini avançou e, em 2005, foi lançado o Pivo.