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ambiente
Transporte ferroviário regista a maior redução de passageiros no segundo trimestre
No
segundo trimestre de 2009, registou-se uma redução do número de
passageiros que utilizam os transportes públicos. De acordo com os
dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), entre Abril e Junho, houve uma redução de 3,3 por cento do
número de passageiros a utilizar o transporte ferroviário, e menos
0,4 por cento a utilizar o metropolitano, face ao período homólogo
de 2008.
A
redução de passageiros nos transportes públicos acompanha o
crescimento da importância do transporte individual, reflectido na
taxa de motorização: em 2008, estavam em circulação 417 veículos
por cada mil habitantes, segundo os dados diponibilizados pela
Associação Automóvel de Portugal (Acap) ao AmbienteOnline.
Há dez anos, em 1998, a taxa era de 298 automóveis por cada mil
habitantes. Estes são alguns dados que importa reflectir, numa
altura em que se aproxima mais um Dia Europeu sem Carros (22 de
Setembro).
Segundo
o INE, o número de passageiros a viajar de comboio no primeiro
semestre foi de 39,1 milhões, sendo a maioria referente à rede
suburbana (34,7 milhões). A rede interurbana atraiu 4,4 milhões de
passageiros, o que representa um descréscimo homólogo de 1 por
cento (ainda assim, menor do que no primeiro trimestre, que foi de
5,2 por cento).
Transporte
ferroviário com 158,5 milhões de passageiros
Apesar
da diminuição no primeiro semestre, o transporte ferroviário tem
vindo a registar um aumento do número de passageiros nos últimos
anos. De 2004 para 2008 verificou-se um incremento na ordem dos 4 por
cento, fixando-se em 2008 nos 158,5 milhões de passageiros. Este
número é, porém, inflaccionado em relação ao que o
AmbienteOnline
apurou junto da CP – Comboios de Portugal, que refere o transporte
de 135,5 milhões de passageiros em 2008.
Segundo
fonte do gabinete de comunicação da CP, espera-se para 2010 «alguma
recuperação, mais significativa, caso melhore o cenário de crise
verificado no primeiro semestre». Para essa recuperação pode
contribuir «a exploração de novos eixos ferroviários», bem como
outras medidas tomadas pela CP para atrair mais clientes: criação
de novos títulos de transporte e a introdução de novos sistemas de
bilhética nos serviços urbanos de Lisboa e Porto, mais práticos e
articulados com outros modos de transporte público; ofertas
comerciais específicas para determinados segmentos; apoio a grandes
eventos musicais, desportivos e culturais; campanhas dirigidas ao
segmento turístico e jovem.
Metro
de Lisboa com maior redução
Os
sistemas de metropolitano de Lisboa e Porto transportaram, no segundo
trimestre de 2009, 58,3 milhões de passageiros, ou seja, menos 0,4
por cento do que no período homólogo de 2008. Esta quebra foi
registada no Metropolitano de Lisboa (ML), já que os 44,9 milhões
de passageiros transportados ficaram aquém dos valores de 2008 (45,5
milhões), uma tendência que já se verifica desde 2005, segundo o
INE.
Durante
o ano passado, o ML transportou 165,8 milhões de passageiros,
segundo a informação avançada ao AmbienteOnline
pela
empresa.
Para atrair mais clientes, o ML procura «divulgar as suas vantagens
enquanto meio de transporte público, seguro, rápido e amigo do
ambiente, nomeadamente através de acções inseridas na Campanha de
Incentivo ao Uso do Transporte Público, promovida pelo Ministério
das Obras Públicas, Transportes e Comunicações».
Ao
contrário de Lisboa, na “Invicta” os valores de 2009 têm vindo
a superar os de 2008: no segundo trimestre, 13,4 milhões de pessoas
foram transportadas pelo Metro do Porto (MP), mais 3,3 por cento do
que no mesmo período do ano passado.
A
tendência para o aumento do número de passageiros verifica-se desde
que abriu portas, em Janeiro de 2003. De acordo com o INE, «a
abertura
crescente de linhas no metropolitano no Porto traduziu-se nos últimos
anos no crescimento acentuado do movimento de passageiros
transportados, tendo passado de 9,845 milhões, em 2004, para 51,5
milhões, em 2008». Segundo os dados do MP avançados ao
AmbienteOnline,
em 2005/2006 o aumento do número de passageiros foi de 109,1 por
cento, em 2006/2007 de 24,7 por cento, e em 2007/2008 de 6,9 por
cento.
Este
«crescimento sustentado e consolidado», refere fonte do MP, leva a
que a empresa registe uma texa de satisfação superior a 75 por
cento. «Estimamos continuar a crescer», reforça a mesma fonte.
Utilizadores
do autocarro mantêm-se
O
número de pessoas a circular nos autocarros da Carris, em Lisboa,
tem vindo a estabilizar nos últimos anos. Em 2006, foram
transportados quase 235 milhões de passageiros, valor que cresceu
para 236 milhões em 2007, tendo diminuido ligeiramente em 2008 para
valores próximos dos registados em 2006. Segundo os dados divulgados
pela empresa ao AmbienteOnline,
em 2008 foram transportados 234,4 milhões de pessoas, e no primeiro
semestre de 2009 esse número ronda já os 125 milhões.
De
acordo com fonte da Carris, «o comportamento da procura em 2008
reflecte as transferências modais induzidas pela expansão da rede
do ML». Para fidelizar e captar novos segmentos de mercado, a
empresa tem tomado várias medidas: desde a renovação faseada da
rede, à renovação das frotas e do pessoal tripulante. Segundo
aquela fonte, o índice global de satisfação dos clientes é de
64,6 por cento.
Transporte
fluvial estável
Também
no transporte fluvial o número de passageiros não tem sofrido
grandes alterações. Desde 2006, a Transtejo regista cerca de 28,5
milhões de passageiros (apenas em 2006 este valor desceu para 28
milhões), e no primeiro semestre de 2009 o número de passageiros
foi de 14,2 milhões.
Com
o objectivo de «melhorar a intermodalidade», a empresa encetou
algumas obras nos últimos anos. Foi revitalizada a estação da
Trafaria, inaugurado o interface do Cais do Sodré e reposta a
ligação de ferry neste terminal. Ainda este ano, a Transtejo conta
realizar obras de revitalização no terminal de Cacilhas.
A
previsão para 2010 aponta, segundo a empresa, para um aumento do
número de passageiros, já que no primeiro semestre irão entrar ao
serviço dois novos ferries de transporte misto (passageiros e
mercadorias) na ligação de Cacilhas – Cais do Sodré.