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Greencyber começa a produzir biodiesel em 2012
Dentro de dois anos o projecto da Greencyber para a construção de uma refinaria de biocombustível em Sines, com uma capacidade para produzir 250 mil toneladas por ano a partir de oleaginosas, deverá tornar-se realidade, três anos depois do que o inicialmente previsto.
O projecto, considerado de interesse nacional, só agora avança porque « Estado demorou muito tempo a fazer o mecanismo legal onde se explica como será feita a progressiva incorporação de biocombustíveis», explica Pedro Sampaio Nunes, administrador da empresa, ao AmbienteOnline.
E a legislação volta a ser determinante para o futuro do mesmo. Para que este investimento que rondará os 100 milhões de euros possa ser concretizado é ainda necessário um novo enquadramento legal, que substitua o Decreto-lei nº 49/2009 e que indique qual é o mecanismo pelo qual Portugal vai satisfazer a Directiva nº 28/2009, indica o empresário. «Sabemos que a directiva é obrigatória. Por isso, tem de ser transposta e isso dá-nos garantias suficientes». A questão é a de saber se será também suficiente para a montagem do financiamento, mas Pedro Sampaio Nunes acredita que sim.
Maioria para exportação
Das 250 mil toneladas de produção prevista, apenas 25 por cento ficarão em território nacional. O restante será para exportação, havendo já contactos com potenciais compradores no centro da Europa.
«A própria eficiência do sistema vai dar-nos uma percentagem maior para abastecer o mercado. Serão os nossos concorrentes que terão de exportar, a não ser que mercado nacional seja levado a aumentar a percentagem de incorporação. Isto porque com a nossa unidade ficamos já a ultrapassar os 10 por cento definidos para o mercado português», refere.
A localização, em Sines, é estratégica para o negócio. Pedro Sampaio Nunes lembra que «estes negócios de combustível são essencialmente negócios de logística e, por esta razão, é fundamental qualquer vantagem competitiva em relação aos nossos concorrentes». Com a fábrica próxima da refinaria da Galp, o também ex-secretário de Estado da Ciência e Inovação frisa que pode haver uma ligação com a petrolífera, através de pipeline, para ser ali feito o blending em vez de este ser transportado por camião ou comboio. Por outro lado, a unidade está junto a um porto, ideal para a colocar na rota de passagem das matérias-primas de vários mercados.
Apesar de pretender que uma parte importante da matéria-prima seja nacional, esta não deverá ser suficiente para ir além dos 10 por cento das necessidades da empresa. O remanescente será importado da América do Sul, mas progressivamente de África.