
Empresa em Destaque: Grupo Gesfinu lidera mercado de peletes em Portugal
Com 32 milhões de euros de facturação em 2009, o grupo Gesfinu confirmou a sua posição de liderança no mercado português em produção de peletes. O biocombustível feito a partir de biomassa continua, no entanto, a ser praticamente desconhecido em Portugal, levando a que a Gesfinu opte por exportar a quase totalidade da produção.
«Em Portugal, o mercado industrial é inexistente e o mercado residencial, de aquecimento e arrefecimento, é residual», afirma Filipa Rebelo, uma das administradoras do grupo. Actualmente, 99,9 por cento da produção da Gesfinu destina-se ao Norte e Centro da Europa. Mesmo com o escoamento de peletes garantido, a responsável lamenta a falta de mercado em Portugal. «Temos pena que o nosso país não tenha ainda dada a devida atenção às peletes, enquanto biocombustível de excelência, já que a restante Europa desenvolvida já lhe atribuiu um valor determinante no mix energético», desabafa.
Através das três unidades do grupo (Junglepower, Pellets Power e Pellets Power 2), a Gesfinu tem já uma capacidade instalada de 300 mil toneladas por ano. Por enquanto, a produção situa-se um pouco abaixo, nas 280 mil toneladas de peletes. O biocombustível é produzido com recurso à madeira proveniente de florestas ardidas, rolaria, estilha de madeira e resíduos florestais. À semelhança dos restantes players do mercado nacional de peletes, também a Gesfinu se queixa dos problemas na matéria-prima. «No ano corrente temos assistido a algumas limitações no abastecimento, decorrente do aumento da procura face a um recurso limitado e com uma gestão florestal muito deficiente», explica Filipa Rebelo.
Outra das dificuldades prende-se com o aumento da oferta vinda da Europa de Leste, que vai concorrer nos mercados do Norte e Centro da Europa com as peletes portuguesas. Mesmo assim, o gupo está confiante que a procura internacional aumente a médio prazo, realçando que o mercado europeu tem correspondido às expectativas iniciais.
Com as três unidades fabris estrategicamente localizadas, próximas da origem da matéria-prima e dos portos de Aveiro e Sines, as prioridades da empresa para este ano estão direccionadas para a valorização dos recursos humanos. Outro dos objectivos é atingir 50 milhões de euros de facturação em 2010.
Recentemente, o grupo foi um dos
membros fundadores da ANPEB – Associação Nacional de Peletes
Energéticas a Biomassa, a par da Enerpellets, Pinewells, Enermontijo
e Briquetes Raro. O objectivo principal passa por divulgar os
benefícios das peletes a nível nacional, de forma a fomentar o
mercado interno.