
AEPSA diz que RASARP 2024 evidencia estagnação no setor da água
O Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP) 2024 confirma um cenário de estagnação no setor da água e saneamento, e volta a evidenciar desafios estruturais persistentes, em Portugal, considera a Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA).
Em comunicado, a associação diz que entre os indicadores mais preocupantes, destacam-se as elevadas perdas de água, a necessidade de investimento na renovação das infraestruturas e a urgência de soluções inovadoras para garantir maior eficiência e mais sustentabilidade do setor nacional da água.
“Um dos desafios mais prementes é a redução da elevada taxa de perdas de água - considerando os indicadores de água não faturada do RASARP - um problema crónico que compromete a sustentabilidade financeira dos serviços e a sustentabilidade ambiental dos recursos hídricos”, acrescenta a AEPSA.
A associação sublinha que “enquanto as perdas de água no setor público rondam os 28,3%, as concessões privadas apresentam um desempenho significativamente superior, com perdas médias de apenas 15,2%”. Estes indicadores, considera, “reforçam a importância de uma abordagem mais eficiente e tecnicamente robusta para assegurar a qualidade e viabilidade dos serviços de água”.
A gestão eficiente da água é outro ponto do RASARP 2024 destacado pela AEPSA: “atualmente, um cidadão português paga, em média, apenas 0,35€ por dia pelos serviços de abastecimento de água e saneamento, um valor reduzido face à importância deste recurso vital. Além disso, segundo dados apresentados pelo Regulador (ERSAR), o custo da água e saneamento representa apenas 12,5% do total das despesas com os diferentes serviços (água, saneamento, resíduos, eletricidade, gás e comunicações)”.
Citado em comunicado, Eduardo Marques, presidente da Direção da AEPSA, afirma que “para ultrapassar os desafios identificados no RASARP e para que o setor da água em Portugal possa superar o seu atual estado de estagnação, é fundamental promover um modelo de gestão mais eficiente, onde a experiência, a inovação e a capacidade de investimento do setor privado desempenham um papel determinante”.
Neste sentido, sublinha, “o Estado deveria fomentar uma maior participação das empresas com elevada especialização e competência técnica. O setor privado tem demonstrado ser parte essencial da solução, em diversas dimensões, pois tem comprovada capacidade para assegurar um modelo de gestão eficaz e garantir um serviço de excelência aos cidadãos, como provam, mais uma vez, as avaliações e prémios anuais da entidade reguladora”.