Apagão: Governo diz que haverá reforço na prevenção e insiste na importância de interligações com a Europa
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Apagão: Governo diz que haverá reforço na prevenção e insiste na importância de interligações com a Europa

Na sequência do ‘apagão’ que afetou Portugal durante o dia de ontem, o primeiro-ministro assegura que o Governo está a trabalhar no reforço da capacidade de "prevenção e resiliência" da rede elétrica e insistiu na importância das interligações com a Europa, para que Portugal não fique apenas dependente de Espanha.

Ao final da manhã de hoje, o ministro da Presidência, Leitão Amaro, em comunicado, garantiu que “a normalidade está largamente alcançada” com todos os consumidores de eletricidade abastecidos e os principais serviços restabelecidos. Confirmou que não “há indícios de ataque na origem do apagão e que não são necessárias restrições de consumo”.

"Não é ainda um tempo de balanço, mas quero assegurar-vos que já estamos a trabalhar, designadamente com a REN, para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência, de forma a evitar a repetição de ocorrências como esta", afirmou Luís Montenegro, em declarações à imprensa, citadas pela Lusa.

O primeiro-ministro reiterou que a origem do apagão não esteve relacionada com a rede elétrica portuguesa e, uma vez que o país só tem ligação a Espanha, presume-me que seja essa a origem, "relacionada com um aumento abrupto da tensão na rede elétrica espanhola" com origem ainda desconhecida.

Citado pelo jornal El País, e com as informações de que dispõe, a Red Eléctrica Espanhola descartou hoje que o apagão registado na Península Ibérica tenha sido provocado por um ciberataque, erro humano ou por algum fenómeno meteorológico ou atmosférico estranho. Eduardo Prieto, Diretor de Serviços para o funcionamento da gestora de eletricidade, aponta dois episódios de “desconexão de geração”, muito provavelmente de produção de energia solar.

"Sabemos, no entanto, que foi o aumento dessa tensão que terá feito disparar os mecanismos de segurança que levaram a este apagão. Vamos serenamente avaliar com as autoridades espanholas aquilo que aconteceu e tentarmos projetar no futuro melhores instrumentos de resposta para evitar a repetição desta ocorrência", acrescentou Luís Montenergo. Por outro lado, afirmou, a origem deste apagão não teve a ver com a falta de autonomia do país.

"Nós temos capacidade para produzir e distribuir energia, mas nós temos uma ligação com Espanha. À hora a que este evento aconteceu, é verdade que nós, por razões financeiras, estávamos a importar energia de Espanha porque estava a um preço mais competitivo, mas mesmo que assim não fosse o apagão em Espanha teria provocado o mesmo efeito, a mesma consequência em Portugal", afirmou.

Para o primeiro-ministro, o que será importante cuidar no futuro "é ter mecanismos de segurança mais desenvolvidos para poder evitar que um evento destes possa ocorrer com este impacto".

"Há uma outra reflexão que nós podemos tirar daqui: ao contrário de Espanha, que teve a ajuda das outras ligações que tem, nomeadamente com França e com Marrocos, nós estamos apenas dependentes, numa situação de constrangimento, da ligação que temos a Espanha. Há muito tempo que nós vimos lutando na União Europeia pelo reforço das interligações com a Europa para podermos ter maior autonomia, quer para receber, quer para vender energia", frisou.

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