
Banco Mundial retoma apoio a projetos de energia nuclear após décadas
O Banco Mundial vai voltar a apoiar projetos ligados à energia nuclear, algo que não acontecia “há décadas”. O anúncio foi feito esta quarta-feira, 11 de junho, pelo presidente da instituição, Ajay Banga, numa mensagem interna a que a agência AFP teve acesso.
A decisão surge no contexto do aumento da procura de eletricidade nos países em desenvolvimento, uma tendência que, segundo Banga, deverá intensificar-se até 2035. Para responder a esse desafio, será necessário mais do que duplicar o investimento anual em geração, redes e armazenamento de energia — dos atuais 280 mil milhões de dólares para cerca de 630 mil milhões.
Entre os objetivos do Banco Mundial está o apoio à extensão da vida útil dos reatores existentes e à melhoria das infraestruturas relacionadas. Além disso, a instituição quer acelerar o desenvolvimento dos pequenos reatores modulares, uma tecnologia que poderá vir a ser viável no futuro.
Segundo o mesmo comunicado, o Banco Mundial vai trabalhar em parceria com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para garantir o cumprimento das normas de “não proliferação” nuclear. A decisão contou com o apoio dos Estados Unidos, o maior acionista da instituição, que há muito defendiam a reavaliação da proibição de financiamento a projetos nucleares.
Apesar desta mudança, o Banco Mundial continuará a financiar o encerramento ou reconversão de centrais a carvão.