Biometano: solução real para desafios concretos, em nome de uma indústria competitiva e sustentável

A transição energética não pode esperar. Também na Indústria. A Dourogás foi a primeira empresa a comercializar biometano no setor da indústria transformadora em Portugal, antecipando soluções para setores dificilmente eletrificáveis. Uma resposta nacional, renovável e alinhada com as metas da antecipada RED III e da reforma do mercado CELE (Comércio Europeu de licenças de Emissão).

A transição energética exige respostas proporcionais aos desafios. E há setores da economia onde a eletrificação, por si só, não chega, ou não vai chegar nos anos mais próximos. A indústria é um deles. Processos térmicos intensivos, funcionamento contínuo e necessidade de potência e fiabilidade tornam o gás um vetor insubstituível em muitas aplicações. A solução para descarbonizar, nestes casos, passa por substituir o combustível — não o processo. É aí que o biometano se afirma como uma resposta concreta e viável e, muito significativo, com impacto nulo no ambiente.

O biometano é um gás de origem 100% renovável, produzido a partir de resíduos urbanos, agroindustriais, agropecuários e de saneamento. Tem composição química idêntica à do gás natural, o que permite a sua injeção direta na infraestrutura existente sem necessidade de adaptações.

Mas, ao contrário do gás fóssil, é neutro em carbono e representa uma das expressões mais puras de economia circular: o que seria resíduo para uns é matéria-prima para produção de energia verde para outros. A sua produção valoriza fluxos que, de outro modo, representariam custos ou passivos ambientais, criando uma cadeia de valor que integra produtores, operadores de resíduos, municípios, empresas do setor gasista e consumidores finais.

Desde 2023, a Dourogás deu início à comercialização de biometano na mobilidade — antecipando metas legais e superando largamente os objetivos de incorporação de biocombustíveis estabelecidos no Decreto-Lei n.º 84/2022. Em 2024, tornou-se a primeira empresa em Portugal a comercializar biometano para o setor industrial. Esta decisão não resultou de uma obrigação regulatória, mas sim de uma visão estratégica: preparar os seus clientes para um novo paradigma energético, onde descarbonizar não é uma meta longínqua — é uma necessidade premente e uma oportunidade atual.

Este movimento está alinhado com as transformações, com a evolução, em curso na Europa. A Diretiva das Energias Renováveis (RED III), aprovada em 2023, fixa metas mais exigentes de incorporação de renováveis nos consumos industriais, e o sistema CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) impõe limites de emissões cada vez mais restritivos e dispendiosos. Para muitas indústrias, o custo de manter emissões será, progressivamente, mais alto do que o custo de as evitar. O biometano representa a alternativa realista, madura e competitiva ao adaptar-se aos equipamentos atuais e preservar a fiabilidade dos processos.

A transição energética pode ser acelerada sem sacrificar a competitividade. Portugal dispõe de uma das redes de distribuição de gás mais modernas da Europa, totalmente compatível com o biometano.A mudança pode acontecer sem custos de reconversão, sem interrupções e com benefícios imediatos: redução de emissões, valorização de resíduos, reforço da autonomia energética e estímulo à inovação nacional.

Em dois anos, a operação da Dourogás evitou a emissão de cerca de 97 mil toneladas de CO₂eq — o equivalente à plantação de quase 10 milhões de árvores.

Este resultado foi alcançado exclusivamente com biometano avançado, produzido a partir de matérias-primas orgânicas residuais e certificado de acordo com os critérios da RED II e RED III. Toda a operação é auditada por entidades externas e responde aos mais elevados padrões de rastreabilidade e sustentabilidade.

A estratégia da Dourogás não se limita à substituição de produto. É uma visão de futuro em execução: acelerar a descarbonização dos setores mais difíceis sem comprometer a produtividade, a estabilidade energética ou a viabilidade económica das empresas e do próprio setor.

O biometano é uma oportunidade em toda a cadeia de valor, incluindo para os municípios e sistemas de gestão de resíduos e de águas residuais. As Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e os sistemas de recolha seletiva de biorresíduos geram matéria-prima com elevado potencial energético. Ao promover a produção descentralizada de biometano a partir desses fluxos, cria-se uma cadeia de valor sustentável e local, que liga a gestão de resíduos à produção de energia limpa, com ganhos em toda a cadeia e, também, de escala, promovendo uma maior competitividade dos vários agentes envolvidos.

Esta dinâmica abre também novas oportunidades para o setor agropecuário, permitindo valorizar efluentes pecuários e subprodutos da agroindústria, enquanto contribui para o cumprimento de metas nacionais em matéria de energia renovável, clima e resíduos. O biometano representa um ponto de encontro entre setores cada vez mais indissociáveis: energia, ambiente e economia circular.

Olhando para alguns desafios por uma lente de maior amplitude, não há dúvidas de que o biometano pode claramente concorrer para melhorar o desempenho ambiental das explorações pecuárias, otimizar a eficiência das centrais de valorização orgânica e a valorizar economicamente o ciclo das águas residuais.

Mas não só: simplificar licenciamentos, derrubar barreias de natureza burocrática e repensar os modelos de feed-in na produção de eletricidade a partir de biogás.

A visão da Dourogás parte sempre da prática: fazer antes de ser obrigatório, demonstrar antes de ser tendência, oferecer antes de ser exigido. A transição energética precisa de ambição — mas também de soluções que funcionem hoje. O biometano funciona. E é por isso que a Dourogás o colocou no centro da sua estratégia para acelerar a descarbonização da economia portuguesa e do país.

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