Carta de ministra do Ambiente à Comissão Europeia reforça importância da água com apoio de 21 Estados-Membros
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, enviou uma carta à Comissão Europeia que apela que a água seja uma prioridade central na agenda europeia dos próximos anos, tendo o documento sido já assinado por 20 Estados-Membros da União Europeia, além de Portugal, anunciou esta quarta-feira o Ministério do Ambiente e Energia.
A carta, além de subscrita por Portugal, recebeu o apoio de Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Espanha, França, Grécia, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia e Roménia.
Um dos principais pontos destacados na carta é a necessidade de serem tomadas ações abrangentes e coordenadas a nível da UE para enfrentar os desafios relacionados com a resiliência e segurança hídrica, nomeadamente a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, e a consequente escassez hídrica que afeta diversos países europeus.
Dados da Agência Europeia do Ambiente indicam que cerca de 20% do território europeu e 30% da população enfrentam stress hídrico anualmente, com um custo económico estimado em 9 mil milhões de euros por ano. Este valor pode escalar para 65 mil milhões de euros até ao final do século, sem considerar os danos ambientais associados, destaca a carta que tem como primeira proponente Maria da Graça Carvalho.
Por isso, a líder da pasta do Ambiente portuguesa sublinhou a importância de se dar prioridade à água na agenda europeia, propondo que este compromisso seja materializado através de ações concretas, incluindo financiamento adequado, promoção da inovação e processos de tomada de decisão baseados em evidências. A ministra também destacou a necessidade de reforçar a cooperação internacional neste domínio.
A iniciativa liderada por Portugal apela para uma gestão integrada e abrangente dos recursos hídricos na Europa, englobando águas doces e salgadas, proteção dos ecossistemas, consumo humano, agricultura, energia e indústria. A Ministra do Ambiente e Energia destaca a necessidade de investir em conhecimento, tecnologia e inovação nas políticas de gestão da água, além de reforçar o planeamento integrado e as ferramentas de monitorização.
"Este documento sublinha a importância da investigação científica e a necessidade de um reforço de financiamento nestas áreas, através de instrumentos financeiros tradicionais, mas também de formas inovadoras, que possam mobilizar o investimento privado", afirmou Maria da Graça Carvalho.
Os signatários da carta pedem uma maior articulação europeia na gestão da água, considerando todas as suas dimensões e desafios. Esta colaboração reforçada entre os Estados-Membros visa garantir a segurança hídrica e a resiliência das infraestruturas hídricas frente às mudanças climáticas.
A ministra portuguesa concluiu reiterando a importância de uma abordagem concertada e integrada, que não só enfrente os desafios atuais, mas que também prepare a União Europeia para um futuro sustentável e resiliente no que diz respeito aos recursos hídricos. Esta iniciativa representa um passo significativo na consolidação de políticas europeias eficazes para a gestão da água, um recurso vital para a vida e para o desenvolvimento económico e social.