
Centrais de tratamento mecânico e biológico em São Miguel devem estar concluídas até ao final do ano
A construção das centrais de tratamento mecânico e de tratamento biológico do Ecoparque da ilha de São Miguel, nos Açores, “deverá ficar concluída até final deste ano” para reduzir a quantidade de resíduos para incineração, adiantou o secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, que se deslocou esta terça-feira às instalações da MUSAMI – Operações Municipais do Ambiente, no Ecoparque da ilha de São Miguel.
Alonso Miguel referiu ainda à Lusa que, "no âmbito do projeto do Ecoparque de São Miguel, que inclui um conjunto significativo de valências, estão a ser construídas duas centrais, uma delas de tratamento mecânico e outra de tratamento biológico para aumentar a recuperação de materiais recicláveis e para reduzir a quantidade de resíduos que vão para incineração". O projeto do Ecoparque de São Miguel contempla ainda a construção de uma central de valorização energética, uma incineradora.
Sobre a construção da incineradora, o secretário Regional do Ambiente adiantou que está atualmente "em fase de avaliação o relatório de conformidade ambiental do projeto de execução" e foi também solicitado o pedido de licenciamento ambiental, ou seja, a fase final antes de a MUSAMI poder avançar com a construção da central de valorização energética.
O secretário regional do Ambiente lembrou que se trata de uma solução e decisão da Associação de Municípios de São Miguel e que o projeto "foi financiado e aprovado pela Comissão Europeia".
"Foi a solução que foi escolhida e da parte do Governo Regional o que se pedia era que fosse adotado um projeto o mais sustentável possível do ponto de vista ambiental, que cumprisse com a hierarquia da gestão de resíduos e que permitisse atingir as metas que foram definidas a nível comunitário e que serão agora adotadas também no âmbito do novo programa estratégico de prevenção e gestão de resíduos", sublinhou.
Alonso Miguel realçou ainda que a gestão dos resíduos "é um desafio enorme que implica um empenho de todos", desde o Governo Regional, passando pelos municípios, entidades gestoras dos resíduos e "depende, sobretudo, da consciencialização das populações para a importância do contributo de cada um na gestão de resíduos".
Recorde-se que em 2016, a Associação de Municípios da Ilha de São Miguel - AMISM decidiu, por unanimidade, avançar com a construção de uma incineradora de resíduos, uma decisão que motivou várias queixas e a contestação de movimentos cívicos e ambientalistas, alegando que uma incineradora com a dimensão projetada na ilha de São Miguel iria colocar a ilha e, consequentemente, o arquipélago, longe das metas europeias de reciclagem.