COP29: apresentada proposta para inverter emissões de metano dos resíduos
A cimeira da ONU sobre o clima (COP29) que decorre no Azerbaijão promoveu uma declaração para inverter as emissões de metano provenientes dos resíduos orgânicos, responsáveis por cerca de 20% das emissões do gás.
Segundo a comunicação, citada pela Lusa, cerca de um terço dos impactos climáticos são causados pelo metano na atmosfera, um gás com efeito de estufa muito mais nocivo do que o dióxido de carbono (CO2), criando um problema que os países querem travar na chamada cimeira do clima que decorre até dia 22 em Baku, capital do Azerbaijão.
Segundo os especialistas, cerca de 20% das emissões de metano provêm do setor dos resíduos e a maior parte está relacionada com os resíduos orgânicos dos alimentos. Os gases na atmosfera atuam como uma estufa: retêm o calor do sol e impedem-no de escapar para o espaço, causando o aquecimento global, acrescentam.
Na próxima reunião da ONU sobre o clima, que será no Brasil, a tónica será colocada nas emissões de metano provenientes da agricultura e dos setores conexos e na forma de as combater. Animais como as vacas, os porcos e as ovelhas são grandes produtores de metano, no âmbito do seu processo digestivo normal, e a criação extensiva de gado tem agravado o problema, segundo as organizações ambientais.
De acordo com a Avaliação Global do Metano do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), para conter o aquecimento global em 1,5°C, o mundo deve reduzir as emissões de metano da indústria de resíduos em entre 30% e 35% até 2030 e em cerca de 55% até 2050.
A União Europeia, os Estados Unidos da América e os seus parceiros fazem parte de um compromisso global em matéria de metano para promover a atenuação a curto prazo das emissões antropogénicas de metano, envolvendo mais de 100 países que representam mais de 70% da economia mundial. O seu compromisso consiste em reduzir, até 2030, as emissões globais de metano em, pelo menos, 30% abaixo dos níveis de 2020.