Custo da eletricidade impulsiona mercado das bombas de calor na Europa, diz a EHPA
A eletricidade a um preço acessível é a chave para uma forte adesão às bombas de calor na Europa, segundo dados recolhidos pela Associação Europeia de Bombas de Calor (EHPA).
Em comunicado, a associação refere que, na maioria dos países, “o gás é subsidiado pelos governos, evitando os impostos sobre o carbono e mantendo-o a um preço artificialmente baixo em relação à eletricidade”.
Esta terça-feira, a EHPA publicou mapas - que cobrem períodos de seis meses a partir de 2021 – e que mostram que houve uma mudança de curta duração em torno da crise energética de 2022, quando o gás era mais caro. “Isso contribuiu para um ano recorde de vendas de bombas de calor”, diz a associação.
No entanto, esta situação não durou muito tempo e, atualmente, em grande parte da Europa, a eletricidade custa mais de 2,5 vezes mais por unidade do que o gás. A eletricidade deveria ser, no máximo, cerca do dobro do preço do gás para que uma bomba de calor - que apenas utiliza uma pequena quantidade de eletricidade para funcionar - fosse um bom investimento.
Os dados mais recentes da EHPA mostram que as vendas de bombas de calor caíram 47% na Europa nos primeiros seis meses de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Na Finlândia, Noruega e Suécia, há muito pouco gás e a utilização de bombas de calor é generalizada.
Paul Kenny, diretor-geral da EHPA, refere, citado em comunicado, que "as bombas de calor são cruciais para acabar com a dependência da Europa em relação às importações de combustíveis fósseis e para alcançar um sistema energético soberano e seguro, isolado de atores estrangeiros e da sua utilização dos preços da energia como arma de guerra”.
Mas isso não acontecerá “se for demasiado caro para os consumidores e as empresas. Se os governos da UE levam a sério a soberania energética, a competitividade e a sustentabilidade, devem garantir que os preços da energia favoreçam as bombas de calor”, remata.