Fórum Energia: Orientações para o próximo responsável pela energia

 

ENQUADRAMENTO:

Mais uma vez, a legislatura foi interrompida inesperadamente, mas teremos muito em breve um novo Governo legitimado pelo ato eleitoral de maio.

Neste Fórum Energia, relativo ao mês de maio, pedimos aos nossos comentadores que identificassem três medidas cuja aplicação seja urgente garantir — podendo ser setoriais, para uma área específica da energia, ou relativas à governança do setor, com repercussões gerais —, justificando a sua escolha.

 

AS RESPOSTAS DOS INTERVENIENTES FORAM DADAS ANTES DO APAGÃO DE 28 DE ABRIL.

Manuel Costeira da Rocha
Francisco Ferreira
Francisco Ferreira, presidente da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
Paulo Preto dos Santos
Head of Energy Commission of Ordem dos Engenheiros
Jaime Braga
Assessor da Direção da CIP
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Manuel Costeira da Rocha
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Medida 1 - Aceleração das Energias Renováveis 

Penso que se deve procurar promover um ambiente de estabilidade no setor e continuar a potenciar a exploração dos recursos energéticos endógenos do país. Assim, é crucial: continuar no processo de simplificar os procedimentos administrativos e agilizar os processos de licenciamento para projetos de energias renováveis, nomeadamente solar e eólica, abrangendo iniciativas de autoconsumo e comunidades de energia; impulsionar o desenvolvimento e a integração de novas tecnologias, como o hidrogénio de baixo carbono e seus derivados; e reforçar as capacidades de armazenamento de energia, especialmente eletricidade.

Francisco Ferreira
Francisco Ferreira, presidente da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
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Medida 1 - Áreas de aceleração de renováveis e avaliação ambiental estratégica

Avançar com a discussão e definição das áreas de aceleração de renováveis e avaliação ambiental estratégica associada, dado estar a esgotar-se o prazo (fevereiro de 2026) para finalizar todo o processo. É fundamental percebermos quais as intenções do Governo, dos promotores, dos gestores da rede de transporte e distribuição e da sociedade civil, dada a relevância e impactes desta decisão. É preciso também assegurar que o deferimento tácito de projetos que já é possível não venha a ter lugar.

Paulo Preto dos Santos
Head of Energy Commission of Ordem dos Engenheiros
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Medida 1 -  Revisão do Estatuto de Consumidor Eletrointensivo

Finalizar urgentemente a revisão do Estatuto de Consumidor Eletrointensivo. Efetivamente, após entrada em vigor do DL 99/2024 e da recente aprovação da Comissão Europeia, relativa aos apoios de Estado em causa, falta agora a publicação da revisão da Portaria 112/2022, que regulamentará as condições de elegibilidade dos consumidores à redução dos preços finais pagos pela eletricidade, com o acesso à energia em condições mais competitivas. Os produtores de hidrogénio verde devem ter acesso direto a esse estatuto, independentemente da existência de um registo mínimo de 2 anos de consumos e isentados do valor mínimo de 40% dos mesmos, nas horas de vazio e super-vazio atualmente em vigor.

Jaime Braga
Assessor da Direção da CIP
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Medida 1 - Clarificação da Organização do Estado

A Energia sempre foi uma condicionante da economia, mas também era um ramo principal do conhecimento técnico e científico, com princípios bem definidos e uma condução das políticas públicas coerentes com esses princípios e com o interesse nacional estabelecido.

Mas, hoje, Energia confronta-se com Ambiente e, agora, com Clima.

DGEG, LNEG, ENSE, ADENE, APA, ERSE e, agora, Agência para o Clima.

Sete entidades, complexidade garantida, custos acrescidos (diretos e em meios) para as empresas.

O Governo que sair das próximas eleições terá de tomar opções que simplifiquem e racionalizem esta dispersão.

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