
Governo trava viabilização de aumento de capital de 100 milhões de euros da Águas de Portugal
Segundo avançaram o Eco e o Público, o Governo travou a viabilização do aumento de capital da Águas de Portugal em 100 milhões de euros (de 434,5 milhões para 534,5 milhões de euros), que foi esta quarta-feira a votação em assembleia-geral.
Na base desta decisão estarão as dúvidas relativas ao objetivo da operação, pois o valor em causa iria compensar o dividendo extraordinário pago aos acionistas estatais Parpública e Caixa Geral de Depósitos (CGD) pela Águas de Portugal, em assembleia-geral extraordinária a 29 de dezembro de 2023.
Como escrevem o Eco e o Público, o pagamento desta receita terá ajudado à redução do défice público e dívida pública, e garantindo os objetivos de excedente orçamental, levando a dívida pública abaixo dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB).
A assembleia geral extraordinária, que teve lugar no dia 29 de dezembro, foi formalizada por ata e subscrita pelos acionistas Parpública e CGD, que detêm a AdP em 81% e 19% do capital, respetivamente.
Segundo escrevem os dois meios de comunicação, o presidente da Águas de Portugal, José Furtado, terá sido contra esta decisão.
Contas de 2023 aprovadas com 102 milhões de euros de lucro
As contas de 2023 da Águas de Portugal (AdP) foram esta quarta-feira aprovadas pelos acionistas em assembleia-geral, com um resultado líquido de 102 milhões de euros, mais 2,2% relativamente ao ano anterior, foi anunciado em comunicado.
Por sua vez, o volume de negócios atingiu cerca de 790 milhões de euros, mais 6,4% do que no período homólogo.
Já o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) situou-se em cerca de 350 milhões de euros, “inferior ao valor registado no ano anterior, em consequência do agravamento do custo da energia e dos reagentes por impacto da guerra na Europa”, referiu.
No acumulado do ano, o grupo investiu 214 milhões de euros, em linha com o estabelecido no ano anterior.
A agência Lusa questionou o grupo sobre os restantes pontos que constavam da convocatória da assembleia-geral que, por sua vez, respondeu que a proposta de aplicação de resultados “foi aprovada por unanimidade” e que o “aumento de capital não foi apreciado”.