Laboratório da FEUP desenvolveu inversores para corrigir problemas de tensão no solar fotovoltaico (VÍDEO)

O laboratório de tecnologia e ciência INESCTEC, que funciona no campus da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), criou inversores que permitem resolver alguns problemas de tensão gerados pela produção distribuída no solar fotovoltaico.

Os resultados dos testes realizados em laboratório foram apresentados hoje pelo professor Manuel Matos, durante a conferência da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Fotovoltaico (APESF), intitulada "Geração Fotovoltaica Distribuída", que decorreu no Centro de Congressos de Lisboa.

"O problema que estamos a abordar é a elevação de tensão que pode ocorrer nas redes de baixa tensão, mas também de média tensão, quando a injecção de energia da produção distribuída é muito maior do que a carga. A tensão pode subir e atingir valores que fazem disparar as protecções e desligam os aparelhos de produção. Nós desenvolvemos em laboratório alguns inversores para o solar fotovoltaico que permitem corrigir ou diminuir gradualmente o valor da produção para evitar esses problemas de tensão em vez de desligar pura e simplesmente os aparelhos de produção", explicou Manuel Matos ao Ambiente Online.

O investigador explica que esta é uma solução de índole local baseada nos inversores que trabalham autonomamente. "No entanto, o futuro, com o advento das smart grids, as redes inteligentes, será no sentido de haver uma estratégia de coordenação dos vários recursos energéticos distribuídos através de comunicações com um comando hierarquizado, que permitem conjugar e integrar todos os aparelhos e evitar os problemas de tensão, resolver congestionamentos e ter a rede a funcionar de uma forma mais harmoniosa", concluiu.

Ana Santiago