Lipor vai criar a maior comunidade energética do país

A Lipor está a ultimar a constituição daquela que será a maior comunidade de energia do país, revelou ao ambienteonline.pt Fernando Leite, administrador-delegado da associação gestora de resíduos urbanos.

Esta é a resposta da empresa ao fim, anunciado há muito, da bonificação atribuída à produção de eletricidade a partir da queima de resíduos urbanos indiferenciados.

A comunidade de energia que a Lipor irá apoiar junta, desde já, os municípios que integram a associação gestora de resíduos urbanos: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde. 

O contexto de alterações legislativas de apoio às comunidades de energia, que ainda recentemente determinou a isenção por sete anos dos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), que estão refletidos na tarifa que os consumidores domésticos pagam, foi determinante para a decisão.

Os municípios constituintes da Lipor entenderam que “seria bem melhor caminhar para uma comunidade energética juntando um conjunto de parceiros que sejam utilizadores da eletricidade produzida em vez de a injetarmos na rede e vendermos a um comercializador”, referiu Fernando Leite.

Segundo o gestor, o potencial de produção de energia é de 170 GW/hora e só essa quantidade irá permitir abastecer 10 câmaras municipais, em todos os seus consumos, o Hospital São João, a empresa STCP, transportes do Porto, e a Santa Casa da Misericórdia.

Segundo Fernando Leite, com esta comunidade de energia, os aderentes evitam os percalços com as oscilações do preço da eletricidade no mercado que tem na sua base o gás natural, cujo valor tem conhecido grandes flutuações em resultado da instabilidade internacional.