
Matos Fernandes: Galp ainda não apresentou programa de descontaminação de solos em Matosinhos
O ministro do Ambiente afirmou que a Galp é obrigada a apresentar um programa para a descontaminação dos solos da refinaria de Matosinhos, Porto, e de um projeto para o desmantelamento da unidade industrial, o que ainda não fez. As afirmações foram proferidas durante uma conferência de imprensa que decorreu ontem, no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em Lisboa.
Quando questionado sobre a hipótese que tem sido avançada por alguns meios de comunicação, de que os terrenos da refinaria de Matosinhos possam vir a ser utilizados para a construção de um empreendimento de luxo, Matos Fernandos lembrou que o uso do solo é regulado exclusivamente pela Câmara Municipal de Matosinhos, julgando, no entanto, que todo o Plano Diretor Municipal do terreno “está destinado a uso industrial”. A senhora presidente da Câmara Municipal de Matosinhos já veio pronunciar-se nesse mesmo sentido”, apontou.
Quanto ao encerramento daquele parque petroquímico do Norte do país, Matos Fernandes reiterou que sempre teve uma posição “muito clara”: “O encerramento da refinaria de Matosinhos é essencial para o cumprimento das metas de reduções de emissões em Portugal, porque vamos mesmo ser neutros em carbono. Como sempre disse também, eu próprio, desde o início, considero uma enorme insensibilidade comunicar um despedimento coletivo meia dúzia de dias antes do Natal, isso não se faz”, defendeu o ministro do Ambiente, acrescentando que “tinha a expectativa que a Galp, de que todos os portugueses são clientes, tivesse um comportamento cidadão, indo além da lei, e não foi isso que a Galp fez”.
Petrolífera garante estar a finalizar qualificação dos solos
Depois das afirmações do ministro do ambiente, a Galp alegou estar a “finalizar a qualificação dos solos” da refinaria de Matosinhos, no âmbito do desmantelamento da unidade industrial e da descontaminação dos solos defendida pelo Governo, tendo adiantado à Lusa que está a “cumprir o planeamento definido” para o fecho da refinaria.
A petrolífera informou também que as “conclusões dos estudos em curso” e “o plano para o processo de remediação dos solos” vão ser divulgados “em tempo oportuno, existindo ainda um “grupo de trabalho” para pensar o futuro daquele espaço.