
Ministério do Ambiente autoriza 1,5 milhões de euros do Fundo Ambiental para combater espécies invasoras
O Ministério do Ambiente e Energia (MAEn), através do Fundo Ambiental, vai financiar 24 projetos de erradicação e controlo de espécies invasoras em Portugal Continental, com uma verba total de 1,49 milhões de euros.
Os projetos financiados foram apresentados durante o ano passado e visam não apenas a erradicação e controlo de espécies exóticas invasoras, mas também ações voltadas para a população, nomeadamente de sensibilização e divulgação sobre a proibição de certas espécies ornamentais e animais de companhia, que devem ser substituídos por outras espécies que não impactem negativamente o ambiente.
Além disso, informa um comunicado de imprensa enviado esta quarta-feira pelo MAEn, haverá ações de restauração de terrenos, com o intuito de promover a reposição de espécies autóctones de flora. Todos os projetos estão alinhados com a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade 2030 (ENCNB 2030), que identifica a proliferação de espécies exóticas invasoras como uma das maiores ameaças aos ecossistemas, habitats e espécies. A Lista Nacional de Espécies Invasoras, conforme o Regulamento Europeu 1143/2014, inclui espécies como o Ganso do Egito, o Caranguejo Peludo Chinês, a Rã de Unhas Africana, a Tartaruga de Orelhas Vermelhas, a Bácaris e o Capim do Texas.
O financiamento será destinado a várias entidades, incluindo associações ambientais como a Associação Vita Nativa — Conservação do Ambiente, a Associação Natureza Portugal em parceria com a WWF, a Associação de Defesa do Paul de Tornada — PATO, a Palombar — Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, e a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino — AEPGA.
Entre as entidades governamentais beneficiadas estão a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e as Câmaras Municipais de Águeda, Almada, Cantanhede, Coruche, Esposende, Melgaço, Montemor-o-Velho, Olhão, Ponte da Barca, Santarém, Sintra e Soure.
Instituições de ensino superior como a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, o Instituto Politécnico de Coimbra, o Instituto Politécnico de Santarém e a Universidade de Évora também estão contempladas.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, destacou a relevância das candidaturas aprovadas, reafirmando o compromisso do Governo com a preservação da biodiversidade e a proteção dos ecossistemas naturais de Portugal. "Portugal está comprometido com a implementação do Regulamento Europeu 1143/2014, que visa prevenir e gerir a introdução e propagação de espécies exóticas invasoras. O cumprimento destas diretrizes é essencial para a cooperação e conservação global da biodiversidade da União Europeia", afirmou. A ministra também ressaltou que "as espécies invasoras podem causar danos significativos à agricultura, à pesca, à silvicultura e a outros setores económicos".