Municípios têm de recolher têxteis e móveis, mas há falta de investimento
A recolha seletiva de têxteis, resíduos perigosos, mobiliário e outros resíduos volumosos é a partir de 1 de janeiro obrigatória em todos os países da União Europeia (UE), juntando-se à recolha dos biorresíduos, obrigatória desde há precisamente um ano, e à de outros fluxos, como o plástico, o papel e o vidro.
As metas da UE para a reutilização e reciclagem de resíduos urbanos são de 55% até 2025 e de 65% até 2035, mas o relatório mais recente da Agência Portuguesa do Ambiente (divulgado em outubro) revelou que, em 2023, a percentagem registada em Portugal foi de 32%, muito longe dos objetivos fixados.
A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) tem vindo a alertar para a necessidade de financiamento para assegurar os investimentos necessários em sistemas de deposição e novos circuitos de recolha ou ampliação dos existentes.
Em resposta a questões da Lusa, a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, disse que as entidades responsáveis pelos sistemas municipais de gestão de resíduos urbanos "têm vindo a desenvolver o trabalho necessário para conseguirem cumprir" o objetivo de operacionalizar, a partir de hoje, a rede de recolha seletiva destes novos fluxos, mas "têm esbarrado num grave problema: a falta de financiamento".
"O Fundo Ambiental, em 2024, não contemplou qualquer apoio financeiro para a implementação da recolha seletiva deste novo fluxo e de outros, o que complicou a missão dos municípios. (...) Aguardamos com expectativa que o Fundo Ambiental para 2025 contemple este fluxo de resíduos, à semelhança do que já acontece com os biorresíduos", acrescentou.