
Nelson Geada (APDA) diz que reorganização da AdP pode comprometer saúde pública
A reestruturação do grupo Águas de Portugal (AdP), um dos pontos da reforma do sector da água e que implica a saída de quadros da empresa, pode “induzir perdas de qualidade directamente relacionadas com a saúde pública”.
Quem faz o alerta é o vice-presidente da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), Nelson Geada. O responsável falava ontem numa sessão de discussão sobre o "Compromisso para o Crescimento Verde e o Sector da Água", organizada pela Parceria Portuguesa para a Água, que decorreu no Instituto Superior Técnico.
Nelson Geada considera que algumas saídas de administradores e chefias “até podem ser populares”, mas os restantes cortes têm que ser pensados, disse o responsável referindo-se ao trabalho de quadros mais técnicos.
Como o Ambiente Online já noticiou entre 2011 e 2013 deixaram o grupo Águas de Portugal 309 colaboradores, entre rescisões amigáveis e reformas. O grupo quer ainda “emagrecer mais”, como já confirmou ao nosso portal o ministro do ambiente.
Até 2015 é intenção do Governo reduzir em 55 por cento os lugares de chefia e diminuir ainda em 67 por cento os lugares nos órgãos sociais do grupo Águas de Portugal que se distribuem pelas 19 empresas.
Este processo já iniciado pela Águas de Portugal integra-se agora na reestruturação global do sector que tem na reformulação da empresa um pilar chave.
O objectivo é reduzir os custos operacionais em 20 milhões de euros por ano. Tendo em conta as projecções que a empresa tinha até 2020, face aos contratos de concessão actuais, haverá ainda um decréscimo de 18 por cento.
A reforma do sector permitirá entre 2015 e 2045 diminuir os custos com pessoal em 724 milhões de euros, o que representa uma média anual de 25 milhões de euros.
Na mesma sessão o ministro do ambiente, Jorge Moreira da Silva, lembrou que este é um dos objectivos vincando que as saídas que se fizeram decorreram em ambiente de "paz social".
Ana Santiago