Portugal afasta-se da opção pelo carro elétrico

São cada vez mais os portugueses que não têm a intenção de comprar um carro elétrico. A conclusão consta de um estudo sobre mobilidade elétrica, divulgado pelo Observatório Automóvel Club de Portugal (ACP), que demonstra que 51% dos inquiridos (mais 9% do que em 2023) admite não comprar um carro elétrico, uma subida de 16 pontos percentuais (p.p.) face a 2023. Entre as razões apontadas está o preço, a autonomia e a demora no carregamento. 

O documento indica que os veículos 100% elétricos ainda têm pouco impacto em Portugal, onde a sua penetração corresponde a 3,5%, o que equivale a uma subida de 1,3% face a 2023, ano em que o Observatório ACP lançou o primeiro estudo sobre o tema. 

As principais conclusões do estudo, obtido através de entrevistas a mais de 1.550 pessoas, “espelham um adensar da incerteza dos consumidores nesta tipologia de veículos comparativamente ao verificado em 2023, que não será alheio à atual conjuntura económica e política mundial”, indica o Observatório.  

Das pessoas sem carro elétrico que participaram no estudo, a maioria (57%) acha que é atualmente mais barato circular com um veículo elétrico do que a combustão, mas apenas 30% admitem a possibilidade de comprar um carro elétrico. 

O documento refere ainda que os carros elétricos são maioritariamente conduzidos por mulheres, na faixa etária entre os 35 e os 44 anos ou pela faixa de 75 ou mais anos e de classe social alta, sendo nas Ilhas a maior penetração destes automóveis.

“Um retrato divergente do verificado há dois anos, quando existia uma maior penetração de veículos elétricos nos homens, os mais velhos, da região Centro e de classe alta”, refere o Observatório.

O Observatório do Automóvel Club de Portugal é um centro de estudo e debate de temas como a mobilidade, a segurança rodoviária, e outros temas relacionados com a utilização da via pública. Do Conselho Consultivo, fazem parte todas as entidades representativas do setor.