Portugal defende financiamento europeu para a água destinada à agricultura

Portugal defende financiamento europeu para a água destinada à agricultura

Entre 1 e 3 de setembro, os ministros da Agricultura dos Países Mediterrânicos (MED9), Chipre, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta e Portugal, reuniram com o objetivo de discutir estratégias para enfrentar os principais desafios relacionados com a escassez de água na região do Mediterrâneo.

Na reunião, foi unânime o consenso sobre a importância do reforço da implementação de práticas sustentáveis de gestão da água na agricultura, assim como da adoção de tecnologias de uso eficiente da água.

Para tal, concluíram os ministros, é necessária uma maior cooperação entre os países do MED 9, traduzida numa partilha de informação mais acentuada e na participação conjunta em programas de investigação, tendo em vista a troca de experiências, de melhores práticas de gestão, e de soluções tecnológicas inovadoras para mitigar as consequências da falta de água.

De Norte a Sul, Portugal tem sido afetado por secas severas e prolongadas que se tornaram mais frequentes nos últimos anos. Nesta medida, o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, realçou a importância estratégica da água para o desenvolvimento da agricultura em Portugal. Lembrou que o financiamento para o armazenamento e a distribuição eficiente de água para a agricultura e para o consumo humano é uma prioridade para o Governo, que vê o financiamento europeu como uma alavanca fundamental para alcançar este objetivo.

“Este é um assunto de grande interesse e relevância para Portugal. Tenho enfatizado sistematicamente que ‘segurança alimentar’ significa, em primeiro lugar, ‘comida no prato’. A água é crucial para alcançar este objetivo e garantir a competitividade e coesão social e territorial. A Política Agrícola Comum (PAC) não pode ser o único instrumento a financiar este desígnio. A PAC não se pode desviar do seu objetivo principal – produzir alimentos suficientes, de qualidade, a preços acessíveis, respeitando os mais elevados padrões ambientais”, disse o ministro português, em comunicado.

José Manuel Fernandes considerou também que os fundos da Política de Coesão, o InvestEU e o Banco Europeu de Investimento devem participar no financiamento das infraestruturas necessárias que mitiguem os efeitos negativos das alterações climáticas.

“Garantir a complementaridade entre os fundos europeus, os instrumentos financeiros e o Orçamento do Estado é crucial. A PAC não pode ser a única a financiar a biodiversidade e os investimentos destinados à agricultura. Em Portugal o Fundo Ambiental também tem de cumprir esta missão", afirmou José Manuel Fernandes.

Recorde-se que, em Portugal, o Governo lançou recentemente a iniciativa ‘Água que Une’, que vai definir a partir de 2025 um cronograma de investimentos com o objetivo de se construir uma rede interligada para armazenar e distribuir água de forma eficiente para a agricultura e para o consumo humano.

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