Portugal pode poupar até um milhão de toneladas/ano de CO2 aumentando a incorporação real de biocombustíveis

Os produtores nacionais de biocombustíveis consideram que Portugal pode evitar até 1 milhão de toneladas em emissões de dióxido de carbono por ano, reduzindo a curto prazo a emissão de gases com efeito de estufa nos transportes rodoviários, através do aumento dos níveis de incorporação real de biocombustíveis.

Segundo uma análise da Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis (APPB), que se baseia em dados do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e da Autoridade Tributária (AT), “em 2021, sendo a meta nacional de incorporação de biocombustíveis nos combustíveis rodoviários de 11% em teor energético, a incorporação real (ou física) situou-se em cerca de 6%, devido ao elevado, mas indispensável, teor de matérias residuais utilizadas na sua produção e que beneficiam de dupla contagem para efeitos de medição”.

Jaime Braga, secretário-geral da APPB, reitera assim que “ainda existe um potencial significativo de redução das emissões através do aumento da incorporação física de biocombustíveis”.

“No ano de 2021 as emissões reais, relativas às parcelas de 2,4% na gasolina e de 7,3% no gasóleo ocupadas pelos biocombustíveis, foram de 245.058 de toneladas de CO²”. Ou seja, de acordo com a avaliação da APPB, “sem a substituição dos combustíveis fósseis por biocombustíveis teriam sido emitidas mais cerca de 780.000 toneladas de CO² em Portugal, em apenas um ano”.

Nas palavras de Jaime Braga: “Este é um contributo muito significativo à escala das emissões totais para o país e nada obsta tecnicamente a que esta poupança exceda o milhão de toneladas de CO²/ano, sendo acrescida a incorporação real de biocombustíveis no abastecimento rodoviário”.