
Projetos de plástico reciclado à mão vence 2ª edição do “Movimento Faz pelo Planeta By Electrão”
O Electrão acaba de anunciar as três vencedoras da 2ª edição do “Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão”, iniciativa que tem como objectivo trazer para a ribalta ativistas ambientais menos conhecidos do grande público, denominados como “big changers”, que diariamente fazem a diferença em prol do ambiente, de forma a influenciar outros a adoptarem comportamentos mais sustentáveis.
O primeir prémio foi entregue ao projeto Oiá Plast - Plástico reciclado à mão. Este começou em 2019 na ilha de São Vicente, em Cabo Verde. "As paisagens paradisíacas, invadidas por plástico proveniente dos quatro cantos do mundo, levaram Isabel Bourbon a agir. “Transformar esse plástico invasor em objectos pretendidos, enquanto limpávamos praias e mobilizávamos a comunidade para a problemática dos plásticos, foi a nossa missão de quase dois anos de actividade em Cabo Verde”, conta a co-fundadora da Oiá Plast. Em Março de 2021 mudou-se para Cabeceiras de Basto e hoje é a partir do Norte de Portugal que dá o seu contributo para impedir que os plásticos cheguem ao mar e se depositem nas praias", narra o Electrão em comunicado.
A Oiá Plast trabalha na sensibilização e no envolvimento da comunidade para a problemática do plástico. Dinamiza workshops de reciclagem, promove comportamentos mais conscientes e as escolas, comércio e empresas funcionam como pontos de recolha, com o contributo da população local. Às instalações da Oiá chegam, todos os dias, resíduos de plástico que são transformados em diferentes objectos, desde peças decorativas a jogos. O projecto, que já permitiu a recolha e reciclagem de cerca de 350 quilos de plástico, “não é apenas sobre reciclar. Queremos criar objectos com valor e propósito, que permaneçam na vida de quem os detém por muito tempo”.
O segundo prémio foi atribuído ao projeto de moda circular Vintage For a Cause. Este destina-se a criar "moda intemporal com resíduos têxteis e com uma causa maior que é a de capacitar e empoderar mulheres desempregadas com mais de 50 anos”, resume a fundadora, Helena Antónia. A “Vintage For a Cause” trabalha de mãos dadas com empresas de design, produtores e consumidores, através de workshops e acções de sensibilização, com o fim de promover modelos de consumo mais responsáveis. A Economia Circular é a base do projecto de moda sustentável criado em 2013, que seleciona e resgata resíduos têxteis de pré-consumo que são depois transformados em colecções de moda por costureiras fora da vida ativa, sinalizadas no âmbito do programa de empoderamento feminino e capacitação “From Granny To Trendy”.Após o programa as participantes tornam-se “Mending Tutors” (monitoras), voluntárias e/ou costureiras. A “Vintage For a Cause” tem, assim, um forte impacto positivo ao nível social, mas contribui também para a redução do desperdício têxtil.
Ao longo de 10 anos, mais de 1000 mulheres já estiveram envolvidas no projecto, que permitiu, ao mesmo tempo, evitar cerca de 5 toneladas de resíduos, o que equivale a uma poupança de mais de 22,5 milhões de litros de água e 56 toneladas de emissões de CO2.
O projeto Rotaeco - No trilho da sustentabilidade foi distinguido com o terceiro prémio. Esta iniciativa surgiu em 2020 e quer inspirar a mudança através da capacitação dos jovens para a sustentabilidade. Tudo nasceu da necessidade de simplificar a questão da sustentabilidade, para que os jovens consigam adquirir hábitos mais sustentáveis e ter um papel activo no caminho para a mudança. “Com publicações informativas nas redes sociais, desmistificamos temas com informação fidedigna e muitas dicas”, resume uma das fundadoras do projecto, Cláudia Severino. A Academia Rotaeco, destinada aos jovens universitários do Porto, mais do que explicar o problema aos estudantes, envolve-os para que façam parte da solução.
O trilho do Rotaeco tem deixado rasto nas redes sociais, mas também em workshops, webinars, feiras de sustentabilidade e outras acções, como recolha de roupa em segunda mão para venda solidária.
Cláudia Severino acredita que a educação dos jovens que estão prestes a entrar no mercado de trabalho é essencial para garantir cidadãos mais activos politicamente e consumidores mais conscientes, o que é crucial para uma mudança de paradigma. “Os jovens querem participar, só precisam de alguém que os ouça e que os informe sobre o tema da sustentabilidade, e é isso que temos feito”, remata.
Segundo refere o Electrão em comunicado, "nesta 2ª edição, o Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão volta a enaltecer o dinamismo, a criatividade e a generosidade. “Premiamos projectos que protegem o ambiente e que salvaguardam, em alguns casos, questões sociais relevantes, o que os torna ainda mais valiosos para toda a comunidade. Esperamos que esta iniciativa continue a elevar a fasquia potenciando múltiplos projectos que ajudam a proteger a nossa casa comum de forma muito nobre e original”, elogia o CEO do Electrão, Pedro Nazareth.
O 1º prémio tem associado um valor de 7500 euros, o 2º vencedor recebe 5000 euros e ao 3º são atribuídos 2500 euros. Os prémios destinam-se a impulsionar os projectos vencedores, tal como previsto no regulamento.
Os vencedores da 1ª edição juntaram-se, neste 2º ano do projecto, a alguns dos influenciadores mais conhecidos nestas áreas e que já ajudaram a inspirar cidadãos na edição anterior. São os casos de Ana Milhazes (Lixo Zero), Catarina e Rita Leitão (Zero Plástico), Catarina Matos (Mind the Trash), Gonçalo de Carvalho (SCIAENA), Joana Guerra Tadeu (Ambientalista Imperfeita) e Inês Soares (Nononovo).
O Movimento está a crescer e esta nova edição contou, ainda, com três novos embaixadores: Catarina Barreiros, que tem um projecto de comunicação para a sustentabilidade, o Do Zero; Eunice Maia, rosto da Maria Granel, e Andreas Noe, já conhecido como “The Trash Traveller” ou o Viajante do Lixo.
Esta iniciativa do Electrão tem como parceiros governamentais a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto Português do Desporto e Juventude. Entre os parceiros associativos e empresariais do movimento estão a Deco Proteste; Quercus; Liga dos Bombeiros Portugueses; Corpo Nacional de Escutas; EGF; ESGRA; Lidl Portugal e Veolia.