
Redução de água não facturada permite poupar 600 milhões (COM VÍDEO)
Se todas as entidades gestoras de abastecimento de água reduzissem os níveis de água não facturada para 15 por cento, a poupança alcançada seria de 300 milhões de euros, estima Joaquim Poças Martins, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no painel de abertura do segundo dia da 9ª Expo Conferência da Água, que decorre em Lisboa. Num cenário de recuperação de custos e de sustentabilidade económica dos sistemas de água, este valor duplicaria para 600 milhões.
Poupanças potenciais que permitiriam alavancar outros projectos tendo em vista o cumprimento dos objectivos do novo planeamento estratégico para o sector. “A renovação de redes deve ser feita com ganhos de eficiência”, exemplificou.
Segundo o especialista, é possível “melhorar rapidamente, em cinco ou seis anos” o desempenho das entidades gestoras em termos de água não facturada até um nível de 20 por cento – “praticamente sem gastar dinheiro”. Este é limite proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos para um desempenho bom no âmbito da avaliação anual da qualidade de serviço, que serve de indicador para o cumprimento dos objectivos do PENSAAR 2020. Para atingir este objectivo, Joaquim Poças Martins apontou medidas como a realização de balanços hídricos, controlo de pressão na rede, a criação de equipas de reparação rápida de roturas ou a reparação de fugas visíveis, entre outras.
No plano tarifário e da sustentabilidade económica dos sistemas de água, o especialista considera “muito difícil produzir água e saneamento a menos de dois euros por metro cúbico”. “Mas não será necessário muito mais do que isso, estima.