
Região de Leiria destaca procura do território para investimentos na energia e economia circular
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), Gonçalo Lopes, destacou esta sexta-feira a procura da região para a concretização de investimentos na economia circular e energia.
“Tivemos a oportunidade de constatar aquilo que é uma tendência que tem vindo a crescer muito nos últimos meses, que é a procura de investimentos na nossa região na área das energias e da economia circular”, afirmou à agência Lusa Gonçalo Lopes.
O autarca falava após uma reunião que juntou a CIMRL, o Município de Leiria, de que é também presidente, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, entidades e empresas da área energética.
O presidente do Município de Leiria exemplificou o projeto de uma empresa que “passa a ter uma fábrica direcionada para o hidrogénio”, num investimento de dezenas de milhões de euros que tem suporte em fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O presidente da Câmara de Leiria referiu ainda que, na área do biometano, está previsto um investimento de “muitos milhões de euros”, num território que “tem a matéria-prima necessária, neste caso os efluentes agropecuários”, nomeadamente das suiniculturas e avicultura”. Este investimento, defendeu, “irá mudar, por completo, o paradigma ambiental” do concelho.
Gonçalo Lopes adiantou que o executivo assumiu, desde o início do mandato, que o ambiente era uma das preocupações e assinalou que uma das propostas passa por “criar este ‘cluster’ na área das energias e na área da resolução do aproveitamento daquilo que é hoje um resíduo que não é valorizado e transformá-lo em algo de valor acrescentado”.
“Leiria tem todas as condições para fixar este tipo de empresas de valorização energética de resíduos”, disse, defendendo que “tem de estar na vanguarda deste desafio”.
A ministra Ana Abrunhosa disse que no encontro foram apresentados projetos “nas mais variadas dimensões”, incluindo um investimento que a Águas do Centro Litoral tem, nomeadamente para aumentar a sua capacidade de processamento dos resíduos de suiniculturas, e outros de duas empresas, uma das quais para produzir hidrogénio, num “projeto que vai ajudar a região a ser mais autossuficiente em termos energéticos”.
Ana Abrunhosa realçou, igualmente, o projeto de biometano, utilizando “os resíduos dos aviários e dos suinicultores, para se produzir um gás, gás biometano verde”.
“Estamos a falar aqui de três investimentos que se complementam. O objetivo é a economia circular, valorizar setores que, normalmente, lhe associamos uma imagem negativa, porque produzem resíduos que incomodam a população”, declarou.
Segundo a ministra, foi pedido pela Câmara de Leiria que se agilizassem “todos os processos de licenciamento”.
Referiu também que num dos casos há que desafetar uma parcela da Rede Ecológica Nacional junto à estação de tratamento de águas residuais do Coimbrão.
“As empresas deram-nos nota de preocupação dos prazos apertados que têm no contexto do PRR”, mas comunicaram que, com fundos ou sem fundos, os investimentos seriam feitos”, garantiu.
Assinalando, ainda, que estes investimentos “vão levar à criação de novos setores” e “à necessidade de novos perfis de qualificações”, Ana Abrunhosa apontou a “importância que o Politécnico de Leiria terá nesse processo.