
Relatório da ONU diz que o mundo está mais seco e árido
Três quartos do planeta tornaram-se permanentemente mais secos nas últimas três décadas. Conclusão está publicada num relatório divulgado pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD, sigla em inglês).
Segundo o documento, entre 1990 e 2020, cerca de 77% da área terrestre do planeta viveu condições mais secas do que nos 30 anos anteriores, de acordo com o relatório. Isto significa que os solos daquela enorme área se tornaram mais áridos, um dos principais fatores que contribuem para a desertificação dos solos.
“Esta análise acaba por dissipar uma incerteza que há muito tem rodeado as tendências globais de seca”, afirma Ibrahim Thiaw, Secretário Executivo da UNCCD, citado no comunicado na página da UNCCD.
“Pela primeira vez, a crise da aridez foi documentada com clareza científica, revelando uma ameaça existencial que afeta milhares de milhões de pessoas em todo o mundo”, acrescenta.
“Ao contrário das secas - períodos temporários de baixa pluviosidade - a aridez representa uma transformação permanente e incessante”, acrescenta. “As secas acabam. No entanto, quando o clima de uma área se torna mais seco, perde-se a capacidade de regressar às condições anteriores. Os climas mais secos que afetam agora vastas terras em todo o mundo não voltarão a ser como eram e esta mudança está a redefinir a vida na Terra”, constata o responsável.
Este relatório vai servir de base para as conversações durante os últimos dias da 16.ª Conferência da Convenção da UNCCD, que termina a 13 de dezembro, em Riade, na Arábia Saudita.